Viagem Literária

Apenas uma maneira de despejar em algum lugar todas aquelas palavras que teimam em continuar saindo de mim diariamente.

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Location: Porto Alegre, RS, Brazil

Um gaúcho pacato, bem-humorado e que curte escrever algumas bobagens e algumas coisas sérias de vez em quando. Devorador voraz de livros e cinéfilo assumido. O resto não interessa, ao menos por enquanto.

Friday, May 04, 2007

O Trono

Cagar é um dos maiores estímulos culturais da humanidade. Em dias nos quais cada segundo é contado e o tempo é cada vez mais precioso, os ricos minutos da ida ao toalete são uma opção para colocar a leitura em dia e acelerar a mente com novas idéias. A inevitável hora da cagada é um argumento contra a desculpa dos preguiçosos que dizem não ter tempo para ler, uma vez que todo mundo caga, inclusive a Gisele Bündchen.

Particularmente, não vou ao banheiro sem uma leitura em mãos. Na falta disso, já levei até calculadora pra ficar brincando com os números e descobri composições químicas de shampoos e sabonetes. Mas nada supera uma boa revista com a qual se entreter na hora do esforço. Os banheiros da minha casa, por exemplo, têm opções das mais variadas: revistas de variedades, palavras cruzadas, gibis da Turma da Mônica e, de vez em quando, livros. Tudo para proporcionar aos moradores e aos nossos visitantes uma cagada repleta de cultura e excitação intelectual.

Claro que livros não são a melhor pedida para os momentos de confinamento solitário no banheiro. Como essa tarefa, salvo algumas exceções, é realizada em poucos minutos, o acompanhamento de um livro pode ser um exercício decepcionante, já que é possível ler apenas poucas páginas. Por isso, nada como uma boa revista e jornais. São leituras rápidas, com conteúdo e entretenimento, quase que criadas para estes momentos.

Que o tempo é o principal ponto a favor da cagada como estímulo à leitura não resta dúvida. Ninguém quer ficar cinco minutos encarando um azulejo. Mas há outros motivos que fazem da casinha um local mais do que propício à absorção de cultura. O principal deles é o silêncio. Ninguém por perto gritando, nada de televisão ou telefones. Paz total. Concentração cem por cento. Exceto, claro, aquelas cagadas que exigem mais da gente. Mas estas são raras.

Até agora me detive apenas na leitura, mas o momento do despejo das excreções também dá oportunidade à grandes reflexões. Quando não se tem nada pra ler e como não se tem nada pra enxergar (só se olha o dejeto depois de pronto, lembram?), sobra o pensamento. Soltar a imaginação. Imaginem quantas grandes idéias que facilitam nossa vida atualmente tiveram sua origem em cagadas.

Newton, por exemplo. Conta a lenda que ele começou a elaborar a teoria da gravidade sentado embaixo de uma árvore. Já se perguntaram o que ele fazia ali? E quantas idéias para cinema, literatura, música ou qualquer outra forma de arte devem ter surgido no banheiro? Quem disse que o cara que inventou o palito de dentes não teve essa luz enquanto cagava? Ou o criador do clips? Do forno microondas?

E a idéia para esse texto? De onde será que surgiu?

2 Comments:

Blogger Eduardo Colonia said...

Que desagradável, odeio textos sobre fatos ordinários do cotidiano.

8:40 AM  
Anonymous Anonymous said...

huahuahuahuahuahau
Fiquei me imaginando lendo Chiavenato na solidão do banheiro lá de casa...

Tu não acha que o bidê do banheiro rosa da agência poderia ser mais útil como depósito de revistas? Taí, gostei.

P.S.: Putz, a Gisele Bündchen também caga, é?

2:04 PM  

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