O ILUSIONISTA
Ano passado, dois filmes chegaram aos cinemas tratando do mundo da mágica: O Grande Truque e O Ilusionista. Apesar da boa recepção de público e crítica a ambos, o primeiro é muito mais filme do que o segundo, apesar de também contar com sua dose de problemas. O Ilusionista tem, como grande trunfo, a parte técnica. A trilha sonora de Phillip Glass é excelente e completamente de acordo com a obra e a fotografia é um espetáculo à parte, com cenas filmadas como fotos antigas, em tons de sépia e oscuras pelos cantos. Edward Norton, como sempre, também se destaca, com boa presença de cena, apesar do roteiro não lhe dar espaço para desenvolver o personagem. Por outro lado, Paul Giamatti cria o personagem mais real da produção, com seu policial preso entre a ambição pelo poder, o senso de justiça e até traços de invejas. E este é um dos principais problemas de O Ilusionista: o coadjuvante é muito mais interessante que o protagonista. O espectador acaba nem dando bola para o que acontece com Eisenhein, isso também graças a um romance completamente sem graça e clichê com a personagem de Jessica Biel. Além disso, o roteirista e diretor Neil Burger acrescenta de maneira desnecessária toques sobrenaturais à história, uma subtrama que poderia ser bem aproveitada se fosse explorado o obscuro passado de Eisenhein. Da forma que ficou, parece mais que o cineasta não soube como ou teve preguiça de explicar os eventos do filme. O roteiro, aliás, também se perde completamente perto do final, com uma reviravolta forçada demais e até sem lógica, que não se sustenta diante de uma revisão do filme. Uma pena, pois sou fã de Norton e Giamatti.
Nota: 5.5
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