Pancho.
Era uma manhã como qualquer outra. Parecia ser, pelo menos. Estava eu sentado em frente ao computador, tentando dar algum nexo para as palavras e frases que surgiam na tela ao movimentar de meus dedos, quando o colega que senta ao meu lado recebe uma ligação. Do outro lado da linha, nosso chefe. O motivo da ligação, uma visita que receberíamos naquele início de dia.
- O Roner ligou dizendo que o Pancho González vem aí falar com a gente – disse o colega.
O que se pode pensar após uma informação dessas? Duas coisas brotaram na minha mente. Primeiro, que o chefe enlouqueceu e acreditava estar trazendo para a agência um personagem de desenho animado, daqueles cujas pernas viram rodinhas quando corre rápido e é esmagado até ficar da finura de um papel sem se machucar. Já a segunda coisa que pensei foi: que nome!
Senhoras e senhores que ainda insistem em ler o que escrevo, afirmo aqui com toda a credibilidade que construí em meus anos de brincadeira com as palavras e com a ainda reduzida experiência que tenho sobre esta terra: nunca houve e jamais existirá um nome com mais carisma, imponência, criatividade e unicidade que Pancho González. Nunca. Não há para Lord Byron von Clausewitz III, para Wedyslley Silva ou para Tiririca. Pancho González é o nome no qual todos os outros deveriam se inspirar.
Nunca gostei de Silvio. É verdade, nunca fui muito com a cara do meu nome. Nem acho que pareço um Silvio. Este é um nome de adulto, de empresários bem-sucedidos e respeitados pela sociedade. Como Darci, por exemplo. Jamais se conheceu uma criança ou um jovem chamado Darci. Todos os Darcis nasceram com quarenta e dois anos de idade. É o que deveria acontecer com os Silvios. Eu, no papel que me cabe de guri brincalhão e idiota, não sou Silvio de verdade.
E tem mais um motivo pelo qual nunca gostei de meu nome: a falta de criatividade. Sou Silvio Júnior. Sim, meu pai também é Silvio. Querem saber o pior? Meu pai é Silvio Neto. Meu bisavô era Silvio, meu pai é Silvio e eu sou Silvio. Vai ser plagiador assim em outro lugar. Com tantos nomes por aí, por que colocar tanto Silvio em uma mesma família? Para um cara que trabalha com criatividade todo dia como eu, isso chega a ser ofensivo.
Mas tudo bem. Foi o nome que meu pai e minha mãe escolheram e sou conhecido por ele, ainda que a maioria das pessoas que convive comigo não o utilize para se dirigir a mim. Sou um Silvio, mas um Silvio querendo ser Pancho. De preferência, González. Poderia ser Bermudez. Pancho Bermudez. Erico Bermudez, quem sabe.
Estes nomes têm a minha cara. Certo, não uso sombrero, não deixo bigodinho ralo e não tenho pele parda, mas são nomes que combinam humor, atitude e leveza na forma de ver a vida. Ao mesmo tempo, são nomes imponentes, de pessoas que qualquer um gostaria de conhecer. Nomes que geram respeito, que fariam as mulheres suspirar apenas ao ouvirem a musicalidade da união daquelas letras e que levam Joões, Eduardos a Brunos a uma luta contra sua própria inveja.
Pancho González, ao final, era o diretor de criação de uma agência de propaganda chilena. Não era uma figura particularmente excêntrica e, mesmo talentoso, ainda não conseguia justificar ser dono de um nome desses. Talvez ninguém conseguiria. Pancho González é um nome metafísico, uma alcunha transcedental, um apodo acima do céu, da terra e de tudo o que supõe a nossa vã filosofia.
Mas chega de escrever. Estou indo ao cartório.
- O Roner ligou dizendo que o Pancho González vem aí falar com a gente – disse o colega.
O que se pode pensar após uma informação dessas? Duas coisas brotaram na minha mente. Primeiro, que o chefe enlouqueceu e acreditava estar trazendo para a agência um personagem de desenho animado, daqueles cujas pernas viram rodinhas quando corre rápido e é esmagado até ficar da finura de um papel sem se machucar. Já a segunda coisa que pensei foi: que nome!
Senhoras e senhores que ainda insistem em ler o que escrevo, afirmo aqui com toda a credibilidade que construí em meus anos de brincadeira com as palavras e com a ainda reduzida experiência que tenho sobre esta terra: nunca houve e jamais existirá um nome com mais carisma, imponência, criatividade e unicidade que Pancho González. Nunca. Não há para Lord Byron von Clausewitz III, para Wedyslley Silva ou para Tiririca. Pancho González é o nome no qual todos os outros deveriam se inspirar.
Nunca gostei de Silvio. É verdade, nunca fui muito com a cara do meu nome. Nem acho que pareço um Silvio. Este é um nome de adulto, de empresários bem-sucedidos e respeitados pela sociedade. Como Darci, por exemplo. Jamais se conheceu uma criança ou um jovem chamado Darci. Todos os Darcis nasceram com quarenta e dois anos de idade. É o que deveria acontecer com os Silvios. Eu, no papel que me cabe de guri brincalhão e idiota, não sou Silvio de verdade.
E tem mais um motivo pelo qual nunca gostei de meu nome: a falta de criatividade. Sou Silvio Júnior. Sim, meu pai também é Silvio. Querem saber o pior? Meu pai é Silvio Neto. Meu bisavô era Silvio, meu pai é Silvio e eu sou Silvio. Vai ser plagiador assim em outro lugar. Com tantos nomes por aí, por que colocar tanto Silvio em uma mesma família? Para um cara que trabalha com criatividade todo dia como eu, isso chega a ser ofensivo.
Mas tudo bem. Foi o nome que meu pai e minha mãe escolheram e sou conhecido por ele, ainda que a maioria das pessoas que convive comigo não o utilize para se dirigir a mim. Sou um Silvio, mas um Silvio querendo ser Pancho. De preferência, González. Poderia ser Bermudez. Pancho Bermudez. Erico Bermudez, quem sabe.
Estes nomes têm a minha cara. Certo, não uso sombrero, não deixo bigodinho ralo e não tenho pele parda, mas são nomes que combinam humor, atitude e leveza na forma de ver a vida. Ao mesmo tempo, são nomes imponentes, de pessoas que qualquer um gostaria de conhecer. Nomes que geram respeito, que fariam as mulheres suspirar apenas ao ouvirem a musicalidade da união daquelas letras e que levam Joões, Eduardos a Brunos a uma luta contra sua própria inveja.
Pancho González, ao final, era o diretor de criação de uma agência de propaganda chilena. Não era uma figura particularmente excêntrica e, mesmo talentoso, ainda não conseguia justificar ser dono de um nome desses. Talvez ninguém conseguiria. Pancho González é um nome metafísico, uma alcunha transcedental, um apodo acima do céu, da terra e de tudo o que supõe a nossa vã filosofia.
Mas chega de escrever. Estou indo ao cartório.
1 Comments:
Se tu deixasse um bigodinho bem cretino acho q ia ficar mais a la Pancho González... hahahahhaa.
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