Viagem Literária

Apenas uma maneira de despejar em algum lugar todas aquelas palavras que teimam em continuar saindo de mim diariamente.

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Location: Porto Alegre, RS, Brazil

Um gaúcho pacato, bem-humorado e que curte escrever algumas bobagens e algumas coisas sérias de vez em quando. Devorador voraz de livros e cinéfilo assumido. O resto não interessa, ao menos por enquanto.

Monday, February 20, 2006

Na Toca dos Leões


Já estava há algum tempo querendo ler este livro. Primeiro porque conta a história da W/Brasil, uma das mais importantes agências de publicidade do Brasil, dando maior foco, como seria de se esperar, ao maior nome da propaganda nacional, Washington Olivetto. Em segundo lugar, Na Toca dos Leões me atraiu por ser escrito por Fernando Morais, um autor extremamente hábil quando o assunto é biografia. Juntando estes dois fatores, não tinha como dar errado. E não deu. Na Toca dos Leões é um interessantíssimo e envolvente trabalho, tanto para quem é da área da propaganda quanto para quem não é. Para os primeiros, as razões são óbvias. Morais faz um apanhado de aproximadamente três décadas da publicidade no Brasil, contando histórias de bastidores e revelando como surgiram peças e campanhas que marcaram época. Para os “leigos”, o livro também é uma ótima pedida por mostrar uma parte da cultura de nosso país, uma vez que a W/Brasil (e a DPZ, na época que Washington trabalhou lá) criou peças que caíram na boca do povo e hoje fazem parte do dia-a-dia dos brasileiros e brasileiras, como o garoto Bombril e o slogan “O primeiro sutiã a gente nunca esquece”, criado para a Valisére. O texto de Morais é tão fluente e as histórias contadas são tão interessantes que as páginas vão ficando para trás sem que a gente perceba. Para ter uma idéia, li as quase 500 páginas em apenas 4 dias. Para quem não conhece, é bacana também descobrir mais sobre a carreira de Washington Olivetto e seu incrível talento e paixão pela profissão. As últimas 100 páginas do livro são dedicadas ao seqüestro de Washington, revelando a angústia da família e o sofrimento do publicitário no cativeiro. Achei um pouco de exagero dedicar tamanho espaço para o evento, porém, mais uma vez, esta parte é escrita com tamanha desenvoltura que não chega a incomodar. Uma obra obrigatória para publicitários, mas recomendada a todos.

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