Viagem Literária

Apenas uma maneira de despejar em algum lugar todas aquelas palavras que teimam em continuar saindo de mim diariamente.

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Location: Porto Alegre, RS, Brazil

Um gaúcho pacato, bem-humorado e que curte escrever algumas bobagens e algumas coisas sérias de vez em quando. Devorador voraz de livros e cinéfilo assumido. O resto não interessa, ao menos por enquanto.

Monday, January 26, 2009

A primeira vez.

Faz três anos e meio anos que comecei a beber. Pra quem não me conheceu antes disso, é difícil acreditar que até a metade de 2005, eu não gostava de cerveja e não era muito chegado a sair naquilo que os caras de fora do território gaúcho chamam de balada. Hoje, é fácil demais me convencer para tomar um chopp ou ir a uma festa qualquer: basta convidar. Tô facinho, facinho.

Neste final de semana, em meio a um e outro gole em Atlântida, comentava exatamente isso com uns amigos. O fatídico momento que mudou a minha vida e me transformou em um alcoólatra foi a formatura de um vizinho. Tava todo mundo lá, gente que eu conhecia há mais de vinte anos, que cresceu junto comigo. No início da festa, um deles chamou o garçom para um canto.

- Tá vendo aquele cara lá? – disse, apontando para mim. – Não quero ver o copo dele baixar. Se ele der um gole, tu vai lá e enche. Ok? – e passou para o garçom uma nota de não sei quantos reais.

Primeiro, não sei porquê, aceitei tomar um gole. Um golinho, talvez só pra eles não ficarem me enchendo o saco a noite inteira. Não desceu bem, com aquele gosto ruim que pessoas não habituadas a beber sentem quando experimentam cerveja. Mal tinha acabado de tomar, o garçom veio e encheu o copo. Pra não deixar aquilo esquentando, logo dei outro gole. E o garçom voltou. Depois outro gole. E o garçom de novo. Mais um gole. E o carrasco da gravata borboleta. E assim foi a noite inteira.

O cara me perseguiu durante toda a festa. Toda a festa mesmo. Eu olhava para o lado e lá estava o maldito garçom, com uma garrafa na mão e de olho em qualquer movimento meu. Bastava o copo retornar da minha boca para a posição de Playmobil e o cidadão calibrava novamente o recipiente. Eu dava um passo, ele vinha atrás. Tive que pedir licença para poder ir ao banheiro, senão era bem possível o magrão entrar junto comigo.

Resultado? Fiquei bêbado, claro. Não passei mal, não vomitei, não fiz fiasco, mas fiquei bêbado. E aí veio a surpresa, a iluminação, a epifania, o Nirvana: curti muito mais a festa. Como nunca antes. Até então, era adepto do coro que dizia ser possível se divertir sem beber. Possível é, mas não é tão bom. Garanto. E, claro, acabei repetindo a dose. Ou melhor, as doses. Com o tempo, fui me tornando adepto no negócio. Hoje, como disse lá no início, quem me conhece nem imagina que até pouco tempo eu não bebia uma gota de álcool.

Mas tudo bem. As pessoas mudam e, pelo menos, não foi tão tarde. Juro que passei a curtir mais a vida, a fazer mais amigos, a dar mais risadas. Ainda que muito simplesmente tenha se apagado com a amnésia alcoólica. Esse é o lado ruim.

Ou não.

8 Comments:

Blogger Igor said...

Adorei...ainda osu dos que não bebe...mas tb não me divirto nunca..já pensei em beber,mas sempre desisto..acho que nunca vou me divertir de verdade msm...mas quem sabe ..se um dia um certo garçon decidir me perseguir....

5:23 PM  
Anonymous Anonymous said...

Sem contar a coragem que a gente adquiri ao lhe dar com as mulheres...

Começou com 22 anos? Putz!

Acho que o ideal é 15, hehe. Comigo foi assim, eu disse: "hoje vou endoidar!"

E assim foi. Lembro que isso foi num show em janeiro, então acho que faz três anos.

Claro que as amizades influenciaram (sempre). Hoje: Alcoólatra apreciador, principalmente, de uma BRAHMA (!) gelada.

8:26 AM  
Anonymous Anonymous said...

Acho que morar no interior, como é meu caso, torna as coisas mais fáceis.

8:28 AM  
Blogger joana said...

This comment has been removed by the author.

7:06 PM  
Blogger Anastácia Alacre said...

Tendo te conhecido já com a personalidade Homer Simpsons, admito que fiquei encantada com teus dotes cervejeiros logo de cara. Que por sinal são semelhantes aos meus né. Bebo desde os 13 anos e te digo que perdeste tempo, mas o estás recuperando bem. E por favor, o amigo aí de cima, BRAHMA? vá tomar uma serramalte depois venha me dizer o que achaste.
Beijos Pi,
da tua maior fã.

7:19 PM  
Blogger Gustavo P. Alves said...

Volte ao estado anterior!!!! Por favor!!! NDM, DJ!!!

10:18 AM  
Blogger Fala garoto, fala garota. said...

Faço das tuas palavras...

QUE M.!
beijo!

1:45 PM  
Anonymous Anonymous said...

Juniooor!!! Tu nao tem vergonha? Que apologia ridicula ao alcool!!! Bah NDM!!!Faca que nem eu.....no carnaval so bebi agua...e ainda por cima tu me jogou um copo de cerveja so pq brinquei de te jogar agua.....hahahaah bahhh queria teu pescoco! E pior eh que tu nem lembrava...baaahhhhh

6:07 PM  

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