GRAN TORINO
Nos últimos anos, Clint Eastwoosd entrou em uma série de incríveis realizações, quase todas de altíssimo nível. Fazem parte dessa fase filmes como Sobre Meninos e Lobos, Menina de Ouro, Cartas de Iwo Jima, A Troca e esse último Gran Torino. De certa forma, Gran Torino dá continuidade à história de Clint no cinema, com um protagonista carrancudo, de poucas palavras e durão. No entanto, ao mesmo tempo, o filme desmistifica a trajetória de Clint, uma vez que o verdadeiro objetivo é mostrar as mudanças na forma de enxergar o mundo de Walt Kowalski. Clint, por vezes, exagera no retrato de Kowalski, quase transformando-o em uma caricatura. No entanto, o personagem tem tudo para se tornar um ícone, uma vez que sua rabugência e mau-humor soam corretos apenas para ele – tanto para os personagens quanto para o público, aquilo é patético, o que inclusive rende cenas engraçadas. Assim, os exageros de Kowalski servem de forma a facilitar a apreciação do espectador pelo protagonista, fazendo com que seja mais fácil torcer e acreditar na transformação dele. E essa mudança é realizada de maneira convincente pelo cineasta, que apresenta sem pressa alguma a aproximação entre Kowalski e seus vizinhos hmong, membros de uma etnia asiática. Ainda que os atores hmong deixem um pouco a desejar, a amizade entre eles jamais soa falsa e, por ser o centro da trama, realmente faz o filme funcionar. Clint utiliza seu estilo clássico e econômico de filmar para fazer de Gran Torino um belo filme sobre aprendizado e sobre tolerância, inclusive com um final perfeito, adequado a tudo aquilo que havia sido apresentado até então. Não é o melhor filme de Clint Eastwood e nem o melhor do ano, mas é um trabalho digno e acima da média de um cineasta maduro e cada vez mais seguro.
Nota: 8.0
Nota: 8.0
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