Viagem Literária

Apenas uma maneira de despejar em algum lugar todas aquelas palavras que teimam em continuar saindo de mim diariamente.

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Location: Porto Alegre, RS, Brazil

Um gaúcho pacato, bem-humorado e que curte escrever algumas bobagens e algumas coisas sérias de vez em quando. Devorador voraz de livros e cinéfilo assumido. O resto não interessa, ao menos por enquanto.

Wednesday, March 25, 2009

GRAN TORINO


Nos últimos anos, Clint Eastwoosd entrou em uma série de incríveis realizações, quase todas de altíssimo nível. Fazem parte dessa fase filmes como Sobre Meninos e Lobos, Menina de Ouro, Cartas de Iwo Jima, A Troca e esse último Gran Torino. De certa forma, Gran Torino dá continuidade à história de Clint no cinema, com um protagonista carrancudo, de poucas palavras e durão. No entanto, ao mesmo tempo, o filme desmistifica a trajetória de Clint, uma vez que o verdadeiro objetivo é mostrar as mudanças na forma de enxergar o mundo de Walt Kowalski. Clint, por vezes, exagera no retrato de Kowalski, quase transformando-o em uma caricatura. No entanto, o personagem tem tudo para se tornar um ícone, uma vez que sua rabugência e mau-humor soam corretos apenas para ele – tanto para os personagens quanto para o público, aquilo é patético, o que inclusive rende cenas engraçadas. Assim, os exageros de Kowalski servem de forma a facilitar a apreciação do espectador pelo protagonista, fazendo com que seja mais fácil torcer e acreditar na transformação dele. E essa mudança é realizada de maneira convincente pelo cineasta, que apresenta sem pressa alguma a aproximação entre Kowalski e seus vizinhos hmong, membros de uma etnia asiática. Ainda que os atores hmong deixem um pouco a desejar, a amizade entre eles jamais soa falsa e, por ser o centro da trama, realmente faz o filme funcionar. Clint utiliza seu estilo clássico e econômico de filmar para fazer de Gran Torino um belo filme sobre aprendizado e sobre tolerância, inclusive com um final perfeito, adequado a tudo aquilo que havia sido apresentado até então. Não é o melhor filme de Clint Eastwood e nem o melhor do ano, mas é um trabalho digno e acima da média de um cineasta maduro e cada vez mais seguro.

Nota: 8.0

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