Batman - O Cavaleiro das Trevas Ressurge
Vou afirmar sem medo: a
trilogia Batman do Christopher Nolan é uma das maiores do cinema. “Batman – O
Cavaleiro das Trevas Ressurge”, último da série, é mais uma impressionante
realização do cineasta, que não apenas mantém o nível de qualidade dos filmes
anteriores como também fecha de forma coesa o universo criado por Nolan para a
jornada de Bruce Wayne. Não é um filme perfeito (como os outros também não o
são), prejudicado às vezes por um excesso de personagens e subtramas e ocasionalmente
fugindo um pouco da abordagem realista que propõe, mas as suas qualidades
superam quaisquer eventuais deslizes. Mais uma vez, Nolan orquestra sua
narrativa de maneira admirável, construindo tudo gradativamente, passo a passo,
desenvolvendo seus personagens, discorrendo sobre seus conflitos, amarrando a
teia de sua trama, até o grandioso terceiro ato, no qual a história se conclui
de forma apoteótica. O Batman de Nolan não é sobre um super-herói. É sobre um
homem atormentado, moribundo, psicologicamente quebrado, que usa uma máscara e
uma capa para exorcizar seus próprios demônios. Mais uma vez, impera a tom
sombrio, realista, versando sobre temas pouco comuns a filmes do gênero. Se o
primeiro era sobre o medo e o segundo sobre o caos, este terceiro é sobre a dor
e sobre a capacidade de superá-la para se levantar novamente (o que também se
amarra tematicamente com uma frase do pai de Bruce no primeiro filme) – sendo
que todos eles tratam sobre a questão da identidade. O Bane de Tom Hardy não é
tão magnético quanto o Coringa de Heath Ledger, mas é um grande vilão, sempre
imponente e ameaçador, enquanto a ambiguidade de Selina Kyle é deliciosa de
assistir. Ainda que traga algumas boas cenas de ação (nem tão espetaculares,
uma vez que não é a especialidade de Nolan), “Batman – O Cavaleiro das Trevas
Ressurge” é mais do que isso: é o encerramento de um forte estudo de
personagem, que ousou oferecer mais do que os blockbusters usuais, inclusive trazendo
alguns belíssimos momentos mais íntimos, como as cenas envolvendo Alfred. Um
grande filme, com uma ou outra derrapada, mas a coroação de uma saga que,
querendo ou não, estabeleceu novos padrões para o cinema do gênero. Bravo, Nolan.
Nota: 8.5
1 Comments:
Existe algo pior que um psicopata?!
Sim!!!!!!!!!!!!!!!
Uma psicopata!!!!!!!(Aranha Armadeira)
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