Viagem Literária

Apenas uma maneira de despejar em algum lugar todas aquelas palavras que teimam em continuar saindo de mim diariamente.

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Location: Porto Alegre, RS, Brazil

Um gaúcho pacato, bem-humorado e que curte escrever algumas bobagens e algumas coisas sérias de vez em quando. Devorador voraz de livros e cinéfilo assumido. O resto não interessa, ao menos por enquanto.

Monday, July 10, 2006

Filmes de Maio

O QUARTETO FANTÁSTICO (THE FANTASTIC FOUR) – EUA, 2005 **
De Tim Story. Com Ioan Gruffud, Jessica Alba, Chris Evans, Micheal Chiklis e Julian McMahon.

O Quarteto Fantástico é uma leve mancha na lista de recentes incursões de super-heróis nos cinemas. Ao contrário dos bem-sucedidos X-Men e Homem-Aranha, por exemplo, a adaptação de Tim Story é prejudicada por um roteiro fraco, pouco preocupado com os personagens. Aqui, não há interesse na história, usando-a como mera desculpa para uma série de efeitos especiais, e o elenco jamais passa do mediano.

16 QUADRAS (16 BLOCKS) – EUA, 2006 ***
De Richard Donner. Com Bruce Willis, Mos Def, David Morse e Jenna Stern.

A primeira parceria entre Richard Donner e Bruce Willis, dois dos grandes nomes de ação do cinema americano, resultou em um filme eficiente, mas longe de genial. A idéia de a obra se passar em tempo real é eficaz, ainda que nada original, e a dinâmica entre Willis e Mos Def funciona. Há um bom equilíbrio entre a tensão e o humor, além de ótimas atuações (o antagonismo entre Willis e Morse é perfeito). Pena que a história abuse da boa vontade do espectador em certos momentos e se acovarde em sua conclusão.

MISSÃO: IMPOSSÍVEL (MISSION: IMPOSSIBLE) – EUA, 1996 ***
De Brian De Palma. Com Tom Cruise, Jon Voight, Ving Rhames, Emmanuelle Béart, Jean Reno, Vanessa Redgrave, Emilio Estevez, Kristin Scott Thomas e Henry Czerny.

Bom início para uma das séries mais bem-sucedidas dos últimos anos, Missão: Impossível funciona bem dentro de seus propósitos. Ainda que nem tudo convença, a obra traz um roteiro repleto de surpresas e um ótimo elenco. De Palma privilegia mais o clima de espionagem do que as cenas de ação, mas utiliza toda sua técnica para criar um dos momentos icônicos do gênero nos anos 90 (a invasão ao prédio da CIA). Longe de ser um grande filme, mas um bom entretenimento.

MISSÃO: IMPOSSÍVEL II (MISSION: IMPOSSIBLE II) – EUA, 2000 ***
De John Woo. Com Tom Cruise, Ving Rhames, Tandhie Newton, Dougray Scott, Rade Serbedzgia e Brendan Gleeson.

A mudança de tom com a troca de diretores é mais do que clara. Com uma história capenga, Woo se concentra naquilo que faz de melhor: cenas de ação inverossímeis e espetaculares. Em termos gerais, Missão: Impossível II é tão satisfatório quanto o primeiro, ainda que por motivos diferentes. Cruise mostra desenvoltura como herói e há momentos realmente empolgantes orquestrados pelo diretor. Para os fãs do gênero, é uma boa pedida.

O VÔO DA FÊNIX (THE FLIGHT OF THE PHOENIX) – EUA, 1965 ****
De Robert Aldrich. Com James Stewart, Richard Attenborough, Peter Finch, Hardy Kruger e Ernest Borgnine.

Infinitamente superior à sua recente refilmagem, este clássico de Robert Aldrich consegue realizar um interessante estudo de personagens. As mais de duas horas de duração permitem ao diretor dedicar um tempo precioso a cada um, familiarizando o espectador com eles. Como conseqüência, O Vôo da Fênix ganha força e carga dramática. Além disso, o elenco é ótimo, trazendo grandes nomes como Stewart, Attenborough e Borgnine.

MISSÃO: IMPOSSÍVEL III (MISSION: IMPOSSIBLE III) – EUA, 2006 ***1/2
De J. J. Abrams. Com Tom Cruise, Phillip Seymour Hoffman, Michelle Monaghan, Billy Crudup, Ving Rhames, Jonathan Rhys Meyers, Keri Russell, Simon Pegg e Laurence Fishburne.

Mesmo sendo o melhor filme da série, Missão: Impossível III deixa uma sensação decepcionante no espectador, pois passa perto de ser um grande filme de ação. Durante 2/3 da produção, Abrams consegue o que Brian De Palma e John Woo não conseguiram nos episódios anteriores: equilibrar roteiro e ação de forma surpreendente. A história funciona bem, transformando Ethan Hunt em um personagem mais humano. Além disso, há a presença de Seymour Hoffman, que cria um dos grandes vilões dos últimos anos. Pena que o terceiro ato traga uma reviravolta no roteiro que enfraquece não apenas o personagem de Hoffman, mas toda a história.

LILO & STITCH – EUA, 2002 ****
De Dean DeBlois e Chris Sanders. Com as vozes de Daveigh Chase, Chris Sanders, Tia Carrere e Ving Rhames.

Lilo & Stich não tem a mesma genialidade das obras da Pixar, mas é a prova de que animação tradicional ainda tem apelo, desde que conte com bons roteiros. Aqui, a história foge um pouco dos padrões da Disney e envereda até por caminhos politicamente incorretos. Além disso, Stitch é um personagem extremamente engraçado, verdadeiro achado dos criadores.

STITCH – O FILME – EUA, 2003 **1/2
De Tony Craig e Robert Grannaway. Com as vozes de Daveigh Chase, Chris Sanders, Tia Carrere e Ving Rhames.

Continuação bem mais fraca que o original, mas que ainda reserva bons momentos. O roteiro é menos inspirado, deixando a graça toda nas costas do personagem do alienígena. Desperta algumas risadas, mas é recomendável apenas para os fãs de Stitch.

VAMPIROS DE ALMAS (INVASION OF THE BODY SNATCHERS) – EUA, 1956 ****
De Don Siegel. Kevin McCarthy, Dana Winter, Larry Gates e King Donovan.
Um dos maiores clássicos do cinema de terror perdeu um pouco de sua força, mas continua exemplar. O argumento do filme dá base para uma parábola política sobre o momento vivido pelos EUA na época (pós mccarthysmo), o que apenas vem a acrescentar no ótimo exercício de tensão e suspense que é Vampiros de Almas. Com uma direção segura de Siegel e um roteiro objetivo, a obra tem um valor histórico e cinematográfico.

MARCAS DA VIOLÊNCIA (A HISTORY OF VIOLENCE) – EUA, 2005 ****
De David Cronenberg. Com Viggo Mortensen, Maria Bello, Ed Harris e William Hurt.

Considerado por muitos como um dos melhores filmes do ano passado, Marcas da Violência é um belíssimo estudo sobre a natureza humana. Cronenberg apóia-se no roteiro, mantendo uma estrutura tradicional para levantar questões sobre passado, identidade e os mais profundos instintos do ser. É um belo filme, com ótimas atuações e momentos poderosos, que apenas perde pelo final, uma solução deixa a desejar em uma obra tão complexa.

MARNIE – CONFISSÕES DE UMA LADRA (MARNIE) – EUA, 1964 ***
De Alfred Hitchcock. Com Tippi Hedren, Sean Connery, Diane Baker e Martin Gabel.
Se Marnie está longe das melhores obras de Hitchcock, ainda assim oferece vislumbres da inegável genialidade do grande mestre. A história é arrastada e o filme perde ritmo diversas vezes, mas há uma interessantíssima abordagem psicológica, trazendo profundidade à obra. Além disso, o elenco está bem, com destaque para Connery e para a surpreendente interpretação de Hedren.

A INVEJA MATA (ENVY) – EUA, 2004 **
De Barry Levinson. Com Ben Stiller, Jack Black, Rachel Weisz, Amy Poehler e Christopher Walken.
Mesmo com os nomes envolvidos, essa comédia não consegue fazer rir. O roteiro possui algumas boas idéias, mas a direção de Levinson é fraca e sem o menor timing cômico, arruinando a maioria das piadas. A única coisa que realmente funciona é a presença enérgica e divertida de Christopher Walken.

X-MEN: O FILME (X-MEN) – EUA, 2000 ****
De Bryan Singer. Com Hugh Jackman, Patrick Stewart, Anna Paquin, Famke Janssen, Ian McKellen, Halle Berry e Rebecca Romijn-Stamos.

X-Men é o filme que deu origem à febre de produções com super-heróis. Comandada por um Bryan Singer incrivelmente seguro, a obra consegue aliar um roteiro inteligente com ótimas cenas de ação. A história tem conteúdo, traçando uma interessante parábola sobre preconceito e intolerância. O problema é a curta duração, que obriga a deixar alguns personagens de lado. Ainda assim, um ótimo ponto de partida para a série.

X-MEN 2 (X2) – EUA, 2003 ****1/2
De Bryan Singer. Com Hugh Jackman, Patrick Stewart, Anna Paquin, Famke Janssen, Ian McKellen, Halle Berry, Brian Cox, Alan Cumming e Rebecca Romijn-Stamos.

Continuação praticamente impecável do já ótimo filme original. O roteiro não deixa de lado a inteligência, indo mais a fundo na questão das diferenças e discriminação contra as minorias. Singer constrói seqüências de ação ainda melhores e há mais espaço para o desenvolvimento dos personagens, que ficam marcados na mente do espectador. Mais do que um grande filme de ação, X-Men 2 é um grande filme.

TERAPIA DE AMOR (PRIME) – EUA, 2005 ***1/2
De Ben Younger. Com Uma Thurman, Meryl Streep, Bryan Greenberg e Jon Abrahams.

Terapia de Amor é um filme que vai ganhando o espectador pouco a pouco. A princípio pouco promissora, a obra demonstra maturidade e consciência ao tratar do relacionamento entre um casal com grande diferença de idade. Além disso, há momentos verdadeiramente engraçados, conduzidos pelas excelentes interpretações de Thurman e Streep. Despretensioso, mas competente ao extremo.

PALAVRAS DE AMOR (BEE SEASON) – EUA, 2005 **
De Scott McGehee e David Siegel. Com Richard Gere, Juliette Binoche, Flora Cross, Max Minghella e Kate Bosworth.

Produção completamente dispensável, Palavras de Amor sofre do mal da pretensão. O roteiro enrola e enrola sem chegar a lugar algum, tentando se configurar como um filme de arte. Mas a direção é insegura, os personagens mal construídos e Gere demonstra mais uma vez sua inépcia como protagonista.

O MERCADOR DE VENEZA (THE MERCHANT OF VENICE) – EUA/Itália/Luxemburgo/Inglaterra, 2004 ***1/2
De Michael Radford. Com Al Pacino, Joseph Fiennes, Jeremy Irons e Lynn Collins.

Esta adaptação do clássico de William Shakespeare demora um pouco para prender a atenção do espectador, mas revela-se uma experiência satisfatória. Apesar dos problemas de ritmo e da teatralidade excessiva, o texto do bardo inglês é maravilhoso e Al Pacino dá um show de interpretação como o judeu Shylock. Destaque também para a Portia de Lynn Collins, que se sai incrivelmente melhor que o intragável Fiennes.

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