Viagem Literária

Apenas uma maneira de despejar em algum lugar todas aquelas palavras que teimam em continuar saindo de mim diariamente.

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Location: Porto Alegre, RS, Brazil

Um gaúcho pacato, bem-humorado e que curte escrever algumas bobagens e algumas coisas sérias de vez em quando. Devorador voraz de livros e cinéfilo assumido. O resto não interessa, ao menos por enquanto.

Monday, December 03, 2007

Mano, irmão gremista.

Texto publicado originalmente na coluna “Sob a bênção da Imortalidade”, do site Final Sports.

Dois anos e sete meses. É tempo, Mano. Especialmente na tua profissão. Mas tu duraste. Nestes dois anos e sete meses, conquistaste muito mais do que títulos e reconhecimento. Conquistaste a confiança e o respeito de uma torcida que jamais esquece seus ídolos. Uma torcida que sabe reverenciar e agradecer a todos os fazem bem a ela e ao Grêmio.

Mano, sei que a mudança faz parte deste mundo. Mas não vai ser fácil olhar para aquela área limite no gramado e não enxergar a tua figura. Nos últimos tempos, ela me transmitia segurança. Eu olhava para ti e via, ali, um verdadeiro herói. Um profissional qualificado e um homem de coragem, que assumiu o comando de um clube no pior momento de toda a sua existência. Quando poucos ou ninguém queria, tu apareceste. E foste o líder que precisávamos na jornada que culminou com aquele milagre.

Não vamos esquecer disso, Mano. Podes ter certeza. Gremista algum irá esquecer tudo aquilo que fizeste pela nossa maior paixão. Superaste toda e qualquer expectativa que tínhamos para estes últimos anos. A ótima campanha no Brasileiro em 2006, os títulos regionais e, principalmente, a surpreendente caminhada na Libertadores. Isto será sempre lembrado.

Ainda assim, Mano, concordo que teu ciclo tenha se encerrado. Era mesmo a hora da mudança, tanto para ti quanto para o clube. Sinto-me na obrigação de dizer, também, que nem tudo foram flores. Acredito que tenhas cometido a tua parcela de erros ao longo deste tempo como nosso comandante. Felizmente, o número de acertos foi muito maior. E, Mano, é isto que será lembrado.

Sais, mas sais pela porta da frente. Sais com o respeito dos gremistas. E sais podendo voltar a qualquer hora. Daqui a alguns anos, ainda mais experiente. E, tomara, com uma equipe qualificada à disposição. Sais, Mano, com a possibilidade de retornar para algum dia conquistar todos aqueles títulos que não conseguiste nesta primeira passagem pelo Grêmio.

Mano, és um digno irmão gremista. Um homem que soube compreender a essência de nosso clube e fez o que pôde com o que tinha em mãos. Somos todos gratos por isso. Muito obrigado por assumir a liderança naquele momento. Muito obrigado pelos títulos. Muito obrigado por despertar, mais uma vez, o orgulho de ser gremista em cada um nós.

Segue teu rumo, Mano. Vás em frente como o profissional talentoso que és. Mas vás sem esquecer o que passaste aqui. O que viveste aqui. E vás, para um dia, retornar. Estaremos esperando de braços abertos.

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