Linha tênue
Ao contrário da maioria, nada tenho contra o horário político. Muito pelo contrário: adoro. Divirto-me. Além de superar CQC e Pânico como o melhor programa de humor da televisão brasileira, o horário político serve para muitas coisas, mesmo que a menor delas seja ajudar na escolha sobre em qual dos políticos/atores votar. No mínimo, faz as pessoas conversarem sobre política. Pode ser sem conhecimento e com a profundidade que Sabrina Sato discutiria o tema, mas já é alguma coisa.
Por alguns dias, as pessoas falam sobre isso. Que seja sobre o cabelo de uma. Que seja sobre as gírias utilizadas no jingle de outro. Por menor que seja, o grau de envolvimento entre a população e a classe política aumenta, o que só traz benefícios. Não custa sonhar que esse possa ser um primeiro passo para que o jovem, comendo cachorro-quente na frente da tela antes de sair com os amigos, se interesse pelo assunto. Pode ser o ponto de partida para que a mãe, fazendo o jantar enquanto espera a novela começar, queira se envolver mais com os candidatos. Para chegar à solução, é preciso iniciar de alguma forma.
Claro que o ideal seria essa aproximação durante os quatro anos de mandato de cada eleito. Mas não vivemos na utopia de Thomas More. Os eleitores, e não me eximo de culpa alguma, nem fiscalizam o desempenho de seus candidatos. Pedir algo além seria exigir demais. O horário político, porém, não deixa de ser um começo. A linha que separa governantes de governados é mais tênue do que parece. Ao menos, deveria ser. Eles estão lá por nossa causa. Porque acreditamos que aquele homem ou mulher seria o melhor para representar nossos interesses. Ou o menos pior. De nada adianta levar a boca deles até a teta do governo e não cobrar se estão fazendo o que prometeram.
É preciso acabar com a história de nós aqui e eles lá. A consciência que deve surgir é a de que o cara não está ocupando um cargo público de destaque para construir uma carreira e ser bem-sucedido financeiramente. Ele foi eleito para lutar pelos direitos do povo, por agir por uma sociedade mais democrática, justa e igualitária. Para batalhar por segurança, educação, justiça e saúde. Para que possamos acreditar na pesquisa recém-divulgada que afirma ser o jovem brasileiro o mais otimista do mundo.
Estamos longe disso, eu sei. A ignorância política do povo brasileiro é imensa e, infelizmente, ainda vista como motivo de orgulho por muitos. Boa parte da população quer distância do que ocorre nos poderes, mas, paradoxalmente, acredita ter o direito de reclamar por melhorias. Apenas quando cada um despertar em si a consciência de que governantes e governados estão juntos, de que depende de nós o papel desempenhado por eles lá em cima, podemos começar a pensar em um país mais evoluído.
Porque o Brasil é, sim, um grande país. A merda é o deixamos fazerem dele.
Por alguns dias, as pessoas falam sobre isso. Que seja sobre o cabelo de uma. Que seja sobre as gírias utilizadas no jingle de outro. Por menor que seja, o grau de envolvimento entre a população e a classe política aumenta, o que só traz benefícios. Não custa sonhar que esse possa ser um primeiro passo para que o jovem, comendo cachorro-quente na frente da tela antes de sair com os amigos, se interesse pelo assunto. Pode ser o ponto de partida para que a mãe, fazendo o jantar enquanto espera a novela começar, queira se envolver mais com os candidatos. Para chegar à solução, é preciso iniciar de alguma forma.
Claro que o ideal seria essa aproximação durante os quatro anos de mandato de cada eleito. Mas não vivemos na utopia de Thomas More. Os eleitores, e não me eximo de culpa alguma, nem fiscalizam o desempenho de seus candidatos. Pedir algo além seria exigir demais. O horário político, porém, não deixa de ser um começo. A linha que separa governantes de governados é mais tênue do que parece. Ao menos, deveria ser. Eles estão lá por nossa causa. Porque acreditamos que aquele homem ou mulher seria o melhor para representar nossos interesses. Ou o menos pior. De nada adianta levar a boca deles até a teta do governo e não cobrar se estão fazendo o que prometeram.
É preciso acabar com a história de nós aqui e eles lá. A consciência que deve surgir é a de que o cara não está ocupando um cargo público de destaque para construir uma carreira e ser bem-sucedido financeiramente. Ele foi eleito para lutar pelos direitos do povo, por agir por uma sociedade mais democrática, justa e igualitária. Para batalhar por segurança, educação, justiça e saúde. Para que possamos acreditar na pesquisa recém-divulgada que afirma ser o jovem brasileiro o mais otimista do mundo.
Estamos longe disso, eu sei. A ignorância política do povo brasileiro é imensa e, infelizmente, ainda vista como motivo de orgulho por muitos. Boa parte da população quer distância do que ocorre nos poderes, mas, paradoxalmente, acredita ter o direito de reclamar por melhorias. Apenas quando cada um despertar em si a consciência de que governantes e governados estão juntos, de que depende de nós o papel desempenhado por eles lá em cima, podemos começar a pensar em um país mais evoluído.
Porque o Brasil é, sim, um grande país. A merda é o deixamos fazerem dele.
1 Comments:
Acredito que em cidades "pequenas" as pessoas se envolvam mais com a política. Aqui em Gravataí - não q eu a considere uma cidade pequena, mas com características de uma - tá todo mundo sabendo o q está rolando nas campanhas. Verdade q mais fofocas do q as propostas de governo, mas já é um começo né?
Post a Comment
<< Home