A motivação - Parte 6
6.
A praça de alimentação do NeuShopping não estava lotada, como era de se esperar no meio da tarde. Em uma mesa bem no canto, Tomas Berger podia ser encontrado sozinho, com um copo de chopp gelado à sua frente, que diminuía com mais velocidade que ele gostaria.
Tomas costumava fazer isso de vez em quando. Esse era o seu processo criativo. Ao invés de ficar parado diante do computador, ele preferia estar em um local cheio de pessoas. Desde seus primeiros anos na profissão, Tomas Berger aprendeu que a publicidade eficiente é aquela que fala diretamente para cada pessoa e, por isso, sabia que observá-las podia ser uma incrível fonte de inspiração.
No momento, Tomas tentava encontrar uma solução para a posição complicada na qual se metera. Na realidade, não buscava uma saída para a situação em si. Já aceitara que teria que fazer o que Rogério Silva pedia. O que Tomas tentava achar, ali, observando as pessoas e tomando o seu chopp, era uma ideia fantástica que solucionasse o problema de comunicação de seu mortífero cliente.
Não era fácil. Tudo o que Tomas pensava esbarrava em questões éticas e legais. Tinha certeza de que uma campanha de massa era inviável e agora buscava caminhos através de ações dirigidas, que encontrassem possíveis clientes e falassem diretamente com eles. Sabia ser esse o caminho correto, mas ainda não chegara à grande sacada que poderia salvar a sua vida.
Entre um gole e outro, Tomas olhava à sua volta. Às quase quatro horas da tarde, o shopping era povoado basicamente por adolescentes e mulheres que não tinham muito a fazer além de gastar o dinheiro dos maridos. Tomas desprezava esse tipo de gente. Era quase um paradoxo: ele, um dos mais brilhantes publicitários de todos os tempos, responsável diretamente por aumentar o desejo de compra em milhares de pessoas, não suportava quem era afetado pelo consumismo.
Tomas, na verdade, não era o mais social dos homens. Tinha boas amizades, mas não aguentava a falta de inteligência e jamais se ligara emocionalmente a qualquer outra pessoa. Era por demais exigente. Seus casos com mulheres famosas eram lendários e Tomas não sentia a menor falta de ter uma esposa, filhos ou uma família. Ele se bastava e sempre havia sido assim.
Foi exatamente quando pensava nestes assuntos que Tomas Berger encontrou a solução que tanto procurava. A ideia, a iluminação, surgiu à sua frente. De repente, tudo ficou claro. Tudo entrou nos eixos. Sabia como resolver o problema de Rogério Silva e, consequentemente, resolveria o seu também.
Com a mente trabalhando em velocidade, terminou em um só gole o restante do chopp que havia em seu copo e partiu, apressadamente.
A praça de alimentação do NeuShopping não estava lotada, como era de se esperar no meio da tarde. Em uma mesa bem no canto, Tomas Berger podia ser encontrado sozinho, com um copo de chopp gelado à sua frente, que diminuía com mais velocidade que ele gostaria.
Tomas costumava fazer isso de vez em quando. Esse era o seu processo criativo. Ao invés de ficar parado diante do computador, ele preferia estar em um local cheio de pessoas. Desde seus primeiros anos na profissão, Tomas Berger aprendeu que a publicidade eficiente é aquela que fala diretamente para cada pessoa e, por isso, sabia que observá-las podia ser uma incrível fonte de inspiração.
No momento, Tomas tentava encontrar uma solução para a posição complicada na qual se metera. Na realidade, não buscava uma saída para a situação em si. Já aceitara que teria que fazer o que Rogério Silva pedia. O que Tomas tentava achar, ali, observando as pessoas e tomando o seu chopp, era uma ideia fantástica que solucionasse o problema de comunicação de seu mortífero cliente.
Não era fácil. Tudo o que Tomas pensava esbarrava em questões éticas e legais. Tinha certeza de que uma campanha de massa era inviável e agora buscava caminhos através de ações dirigidas, que encontrassem possíveis clientes e falassem diretamente com eles. Sabia ser esse o caminho correto, mas ainda não chegara à grande sacada que poderia salvar a sua vida.
Entre um gole e outro, Tomas olhava à sua volta. Às quase quatro horas da tarde, o shopping era povoado basicamente por adolescentes e mulheres que não tinham muito a fazer além de gastar o dinheiro dos maridos. Tomas desprezava esse tipo de gente. Era quase um paradoxo: ele, um dos mais brilhantes publicitários de todos os tempos, responsável diretamente por aumentar o desejo de compra em milhares de pessoas, não suportava quem era afetado pelo consumismo.
Tomas, na verdade, não era o mais social dos homens. Tinha boas amizades, mas não aguentava a falta de inteligência e jamais se ligara emocionalmente a qualquer outra pessoa. Era por demais exigente. Seus casos com mulheres famosas eram lendários e Tomas não sentia a menor falta de ter uma esposa, filhos ou uma família. Ele se bastava e sempre havia sido assim.
Foi exatamente quando pensava nestes assuntos que Tomas Berger encontrou a solução que tanto procurava. A ideia, a iluminação, surgiu à sua frente. De repente, tudo ficou claro. Tudo entrou nos eixos. Sabia como resolver o problema de Rogério Silva e, consequentemente, resolveria o seu também.
Com a mente trabalhando em velocidade, terminou em um só gole o restante do chopp que havia em seu copo e partiu, apressadamente.
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