Viagem Literária

Apenas uma maneira de despejar em algum lugar todas aquelas palavras que teimam em continuar saindo de mim diariamente.

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Location: Porto Alegre, RS, Brazil

Um gaúcho pacato, bem-humorado e que curte escrever algumas bobagens e algumas coisas sérias de vez em quando. Devorador voraz de livros e cinéfilo assumido. O resto não interessa, ao menos por enquanto.

Friday, January 27, 2006

Ser Feliz


Olho pra minha prateleira de livros e vejo uma pilha de, mais ou menos, uns vinte não-lidos. E é uma pilha que não pára de crescer. Resquícios da Feira do Livro, misturado com presentes de formatura e outros empréstimos. Foi o que falei para um amigo quando ele me indicou uma obra chamada “Ser Feliz”, de Will Ferguson. Olhei para a capa e disse: “Auto-ajuda não”. Ele: “Lê”. Li o resumo e simplesmente esqueci da pilha de livros na prateleira. Passei o “Ser Feliz” na frente de todos, tamanho o interesse que tive pela obra. A história parte de uma idéia genial: um editor de livros recebe o manuscrito de uma obra de auto-ajuda de mais de mil páginas. Após alguns eventos, consegue publicar o livro, sem jamais esperar o que poderia acontecer. A obra, com o nome “O que aprendi na montanha” torna-se uma febre mundial, vendendo mais do que qualquer outro livro já escrito. Mas esta não era uma publicação normal de auto-ajuda. Pela primeira vez, os mandamentos do livro são seguidos à risca, causando uma onde de felicidade em todo o planeta. As pessoas não se irritam mais, se aceitam como são, largam seus empregos. Pouco a pouco, a sociedade como conhecemos começa a ruir, o mundo entra em colapso. Este é o enredo de “Ser Feliz”, um livro simplesmente genial que consegue combinar tudo aquilo que se espera de uma peça de arte. É profundo, levantando uma série de questões a respeito do ser humano e de seu papel no mundo, é extremamente agradável de ler, especialmente graças ao corrosivo humor do autor (as cenas em que o personagem chuta o gato da mulher são hilárias) e, de quebra, ainda faz uma crítica a essa febre de auto-ajuda que ocorre atualmente. A narrativa cinematográfica, com capítulos curtos, engana, trazendo reflexões interessantíssimas sobre os mais diversos assuntos: felicidade, comportamento, dinheiro, morte e muito mais. “Ser Feliz” é aquilo que os americanos chamam de page-turner, aquele livro difícil de largar. Não li notícias ou críticas a respeito, mas não deve ser difícil de achar, porque é bem recente. A recomendação tá feita.

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