A NOVA TRANSA DA PANTERA COR-DE-ROSA (THE PINK PANTHER STRIKES AGAIN) – EUA/Inglaterra, 1976 ***1/2
De Blake Edwards. Com Peter Sellers, Herbert Lom, Lesley-Anne Down e Burt Kwouk.
O terceiro filme da série também é melhor que o original, mas fica aquém da qualidade de Um Tiro no Escuro. Mais uma vez, o ritmo e o nível das piadas são bons, oportunizadas pela trama mais maluca. Sellers continua sensacional e, desta vez, há espaço para Herbert Lom se destacar como o comissário Dreyfus.
SERES RASTEJANTES (SLITHER) – EUA, 2006 **
De James Gunn. Com Nathan Fillion, Elizabeth Banks, Gregg Henry e Michael Rooker.
Ao contrário de produções como O Ataque dos Vermes Malditos, Seres Rastejantes leva-se a sério demais para um filme B. O humor é escasso, aparecendo quase sempre graças à carismática presença de Fillion. Como resultado, sobra um filme grotesco, mal-feito e que cansa pela falta de descontração.
PERGUNTE AO PÓ (ASK THE DUST) – EUA, 2006 **1/2
De Robert Towne. Com Colin Farrell, Salma Hayek, Donald Sutherland e Eileen Atkins.
A ambientação de história de Pergunte ao Pó é extremamente eficaz: há uma bela recriação de época e personagens interessantes, inclusive a clássica figura do escritor endividado e solitário. No entanto, a trama parece ter dificuldades para se desenrolar, sem saber que caminho tomar. Farrell não oferece seu melhor (ainda que esteja infinitamente superior do que em O Novo Mundo) e Hayek demonstra mais uma vez ser uma atriz apenas razoável.
DÁLIA NEGRA (THE BLACK DAHLIA) – EUA, 2006 ***
De Brian De Palma. Com Josh Hartnett, Aaron Eckhart, Scarlett Johansson, Hilary Swank e Mia Kirshner.
De Palma mais uma vez coloca estilo sobre conteúdo. O roteiro de Dália Negra é uma confusão só, sem pé nem cabeça, com personagens mal construídos e resoluções inexplicáveis. O elenco é desperdiçado em meio a essa bagunça, com exceção de Mia Kirshner, que brilha no papel da moça assassinada. Mas o cineasta demonstra toda a sua virtuose em uma técnica invejável, construindo planos e seqüências que são um deleite para qualquer amante da sétima arte.
ANTES QUE TERMINE O DIA (IF ONLY) – EUA/Inglaterra, 2004 ***
De Gil Junger. Com Jennifer Love Hewitt, Paul Nicholls, Tom Wilkinson e Diana Hardcastle.
Antes que Termine o Dia deve agradar a dez entre dez mulheres. A primeira metade da produção é precária, com um roteiro idiota, diálogos vazios e situações constrangedoras. No entanto, a segunda metade é realizada com grande sensibilidade e apresenta boas idéias, elevando consideravelmente a qualidade do filme. É uma obra bonita, recomendada para os românticos.
MEMÓRIAS DE UMA GUEIXA (MEMOIRS OF A GEISHA) – EUA, 2005 ***1/2
De Rob Marshall. Com Zhang Ziyi, Gong Li, Ken Watanabe, Michelle Yeoh, Kudoh Youki e Ted Levine.
Produção luxuosa e requintada sobre a vida de uma gueixa na primeira metade do século XX. Além de extremamente eficaz na revelação dos costumes e hábitos da cultura japonesa, o filme possui um ótimo elenco, onde todos os atores se destacam (e Gong Li é linda). Pena que a história peque pela simplicidade, parecendo uma novela da Globo. Ainda assim, um filme que merece uma chance.
V DE VINGANÇA (V FOR VENDETTA) – EUA/Inglaterra/Alemanha, 2005 ****
De James McTeigue. Com Natalie Portman, Hugo Weaving, John Hurt, Stephen Rea e Stephen Fry.
Hollywood com inteligência. Os irmãos Wachowski (responsáveis pala trilogia Matrix) são os produtores e roteiristas desta história que mostra que filmes de ação não precisam deixar o cérebro de lado. Com ótimo roteiro e diálogos perspicazes, a obra faz uma interessantíssima alegoria sobre a relação governo x sociedade, trazendo ainda cenas de ação muito bem orquestradas. Os personagens são interessantes e desenvolvidos satisfatoriamente e o elenco está ótimo. No entanto, a obra sofre do mesmo mal de Matrix, soando pretensiosa demais em determinados momentos. Ainda assim, um ótimo filme com ingredientes para agradar a todos.
O GRITO 2 (THE GRUDGE 2) – EUA, 2006 *
De Takashi Shimizu. Com Amber Tamblyn, Sarah Michelle Gellar, Jennifer Beals e Edison Chen.
Se o primeiro filme já era um lixo, este nem precisava existir. Não há história, não há personagens, não há nada. É só uma série de sustos e mortes sem o menor sentido e, o que é ainda pior, que não metem medo. A burrice da obra chega a irritar. Provavelmente o pior filme do ano.
A CASA DO LAGO (THE LAKE HOUSE) – EUA, 2006 ***
De Alejandro Agresti. Com Keanu Reeves, Sandra Bullock, Shohreh Aghdashloo, Christopher Plummer e Dylan Walsh.
Romance apenas correto, que se aproveita da boa química entre Reeves e Bullock, apesar de eles contracenarem em poucas cenas. A história fantástica é até tratada de maneira eficaz, sem grandes furos, e o romance convence. Mas, no final, o filme não chega a contagiar ou despertar grandes emoções.
ESTRADA PARA A GLÓRIA (GLORY ROAD) – EUA, 2006 **1/2
De James Gartner. Com Josh Lucas, Derek Luke, Austin Nichols, Jon Voight e Sam Jones III.
A trama clichê do time azarão que no final supera as dificuldades aqui não funciona. Ainda que possua bons momentos e o toque racial acrescente certo interesse, o roteiro é rasteiro demais ao tratar o tema e os personagens. Além disso, a narrativa é capenga, como se faltassem partes da trama. Lucas é eficiente no papel do treinador, porém há filmes muito melhores com o mesmo tema.
TESTEMUNHA DE ACUSAÇÃO (WITNESS FOR THE PROSECUTION) – EUA, 1957 ****1/2
De Billy Wilder. Com Charles Laughton, Tyrone Power, Marlene Dietrich, Elsa Lanchester e John Williams.
O mestre Wilder acerta mais uma vez, agora em um filme de tribunal. Baseado na peça de Agatha Christie, o cineasta construiu um roteiro praticamente impecável, repleto de surpresas e personagens interessantes. Laughton está excepcional como o advogado rabugento e Dietrich e Power estão no auge da forma. Humor, inteligência e suspense neste clássico.
A MÁQUINA – O AMOR É O COMBUSTÍVEL – Brasil, 2005 ***1/2
De João Falcão. Com Gustavo Falcão, Mariana Ximenes, Paulo Autran, Vladimir Brichta, Wagner Moura e Lázaro Ramos.
A Máquina chega a ser decepcionante pelo filme que quase chegou a ser. O primeiro ato da história é ótimo, um exercício deslumbrante de criatividade, com alguns dos melhores diálogos dos últimos anos no cinema nacional. Além disso, a direção acerta em quase tudo, construindo uma fábula encantadora sobre o amor. Mas a obra perde sua força assim que o protagonista viaja para a cidade grande e só a retoma perto do final. Ximenes está adorável e ainda tem um Paulo Autran irrepreensível.
O ALBERGUE (HOSTEL) – EUA, 2005 ***
De Eli Roth. Com Jay Hernandez, Derek Richardson, Eythor Gudjonsson, Barbara Nedeljakova, Jan Vlásak e Jana Kaderabkova.
Violento ao extremo, O Albergue ainda consegue construir alguns momentos de tensão ao jogar os personagens em uma armadilha doentia. Há um bom tempo de apresentação da trama e das pessoas à platéia e, ainda que não muito bem-sucedida, acaba fazendo diferença depois. Eli Roth apela para a gratuidade de algumas imagens, mas O Albergue cumpre aquilo que promete e certamente vai agradar aos fãs.
TUDO POR DINHEIRO (TWO FOR THE MONEY) – EUA, 2005 **1/2
De D. J. Caruso. Com Al Pacino, Matthew McCounaghey, René Russo, Jeremy Piven e Armand Assante.
Nem bons personagens e a sempre marcante presença de Pacino salvam Tudo por Dinheiro. O filme tem seus momentos, é verdade, mas a estrutura da história é previsível e sem emoção alguma. Funciona melhor se visto como informativo do mercado de apostas.
O DIABO VESTE PRADA (THE DEVIL WEARS PRADA) – EUA, 2006 ***1/2
De David Frankel. Com Meryl Streep, Anne Hathaway, Stanley Tucci, Emily Blunt e Adrian Grenier.
História boba e comum, mas contada de forma descontraída e agradável. Meryl Streep é o grande atração do filme, roubando todas as cenas como a odiosa Miranda. Em contrapartida, Anne Hathaway também se sai bem, exibindo carisma como a jovem que não entende nada de moda. Claro que o roteiro não ousa e a estrutura é básica, porém algumas boas cenas e a identificação da platéia com os personagens garantem a diversão.
RESGATE ABAIXO DE ZERO (EIGHT BELOW) – EUA, 2006 ***1/2
De Frank Marshall. Com Paul Walker, Jason Biggs, Bruce Greenwood e Moon Bloodgood.
Esta produção da Disney é uma boa surpresa. Ainda que a história seja previsível (quem não sabe como um filme do estúdio acaba?), Frank Marshall demonstra sensibilidade na direção, construindo momentos realmente tocantes. A relação entre o personagem de Walker e os cães é bem construída e os animais cativam a platéia sem grandes esforços. Um filme família de qualidade.
FLYBOYS – França/EUA, 2006 **
De Tony Bill. Com James Franco, Martin Henderson, Abdul Salis, David Ellison, Jean Reno e Jennifer Decker.
Mais longo do que o necessário e com um roteiro mal construído, o diretor Tony Bill apela para as cenas de ação. O problema é que, apesar de eficazes, a história não engrena e as batalhas aéreas soam repetitivas. Além disso, os personagens são estereotipados e os atores não possuem carisma ou talento (Franco é muito fraco).