Viagem Literária

Apenas uma maneira de despejar em algum lugar todas aquelas palavras que teimam em continuar saindo de mim diariamente.

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Location: Porto Alegre, RS, Brazil

Um gaúcho pacato, bem-humorado e que curte escrever algumas bobagens e algumas coisas sérias de vez em quando. Devorador voraz de livros e cinéfilo assumido. O resto não interessa, ao menos por enquanto.

Thursday, May 29, 2008

Autógrafos "FDP 2"


E aí, meus amigos?

Não sei se lembram do maior fenômeno da literatura do ano passado, o best seller "Ficção de Polpa". Também não sei se lembram, mas um dos contos do livro era meu. Pois é, graças ao imenso sucesso e aos incontáveis pedidos de uma continuação, vai ser lançado agora o "Ficção de Polpa - Volume 2"!

Eu, novamente, participo, agora com um conto chamado "Ressaca". O lançamento e sessão de autógrafos vai acontecer na próxima quarta-feira, dia 04/06, a partir das 18h, no Cult. As informações estão todas no arquivo em anexo.

Então, tô fazendo esse post pra quem quiser me prestigiar, receber meu autógrafo, comprar o livro ou até ir lá somente pra jogar um tomate na minha cara. Estão todos convidados.

Wednesday, May 28, 2008

INDIANA JONES E O REINO DA CAVEIRA DE CRISTAL

INDIANA JONES E O REINO DA CAVEIRA DE CRISTAL (INDIANA JONES AND THE KINGDOM OF THE CRYSTAL SKULL)
De Steven Spielberg. Com Harrison Ford, Shia Labeouf, Cate Blanchett, Ray Winstone, Karen Allen, Jim Broadbent e John Hurt.


Nada de Tony Stark, Bruce Wayne ou Speed Racer. É inegável que o nome mais esperado nos cinemas em 2008 era o de Henry Jones Jr., mais conhecido como Indiana Jones. Há vinte e sete anos, quando estreou com o intocável Os Caçadores da Arca Perdida, Indy tornou-se o mais querido dos heróis cinematográficos, talvez exatamente por não parecer um. Seu lado humano e sua irreverência, bem como sua persona inconfundível, garantiram o sucesso de ótimo Indiana Jones e o Templo da Perdição e do excelente Indiana Jones e a Última Cruzada. Após anos de recusa, o diretor Steven Spielberg, o produtor George Lucas e o ator Harrison Ford finalmente cederam aos pedidos dos fãs e trouxeram de volta o dono do chicote mais conhecido do mundo.

Indiana Jones e o Reino da Caveira de Cristal passa-se em 1957 e, apesar da idade avançada, Indy continua em atividade, tanto em sua carreira de arqueólogo quanto na de professor. Após ser demitido de seu emprego na universidade, Jones é procurado pelo jovem Mutt Williams, que afirma conhecer um amigo do passado de Indy e que este corre perigo de vida. Assim, o arqueólogo e o garoto partem rumo ao Peru em busca de um artefato conhecido como “Caveira de Cristal”, objeto que causou a captura do amigo de Indy e que pode dar poderes inigualáveis a quem o tiver, fato que coloca uma agente russo no encalço dos mocinhos.

A boa notícia para os fãs como eu é que Indiana, o personagem, continua fascinante. A mesma personalidade que conquistou o mundo com charme e ironia foi resgatada com perfeição por Spielberg e Ford. A auto-confiança por vezes exagerada, as respostas sempre na ponta na língua e a impetuosidade (“Acho que ele não planeja com muita antecedência”, diz um personagem) estão todas ali. Mais do que isso, aos 65 anos, Harrison Ford demonstra boa forma e assume Indy com a mesma paixão de quase duas décadas atrás, carregando o filme nas costas com vigor e facilidade.

Da mesma forma, Spielberg demonstra consciência sobre o estado icônico que o personagem assumiu ao longo dos anos, e aborda-o com reverência e respeito à mitologia já criada. O primeiro momento de Indy na tela é um exemplo disso: primeiro, o espectador vê apenas o chapéu do herói, seguido de sua sombra e, claro, logo vem a mais que conhecida – e ainda contagiante – trilha sonora de John Williams. É impossível conter o sorriso com essa aparição de Indy: é como reencontrar um velho amigo que fez parte da nossa vida e sentíamos saudade.

Enquanto isso, Indy ganha um bom acréscimo no personagem de Mutt Williams. Lembrando bastante o próprio protagonista em sua juventude, Mutt também é nervoso e tem problemas com regras, além de servir como constante lembrança de que o professor não é mais um garoto (diversas boas piadas são realizadas neste sentido). A dinâmica entre Shia Labeouf e Harrison Ford é ótima, responsável por alguns dos bons momentos do filme, como a cena da perseguição de motos e a busca pelas catacumbas de Francisco Orellana. Se a intenção dos cineastas é estudar a recepção do público em relação ao personagem de Mutt para possíveis aventuras com ele, como fica claro na ótima cena final envolvendo o chapéu, o resultado é positivo.

Por outro lado, o restante dos personagens é mal desenvolvido pelo roteiro de David Koepp, aparecendo ou pela simples necessidade de preencher lacunas ou sem o menor impacto. A vilã Irina Spalko, por exemplo, jamais assume posição de verdadeira ameaça aos objetivos ou à própria vida de Indy. Mesmo interpretada por uma das melhores atrizes em atividade, Cate Blanchett, Spalko é uma figura caricata e entediante. O mesmo vale para Mac, parceiro de Indy, pessimamente construído pelo roteiro com uma inconstância irritante, e Oxley, mentor do herói, que entra e sai da insanidade sem a menor explicação.

Já Karen Allen, que volta a assumir o papel de Marion Ravenwood (figura feminina da primeira aventura), se sai um pouco melhor, relembrando a química que teve com Ford no início dos anos oitenta. Alguns dos momentos entre Marion e Indy, especialmente os iniciais, são ótimos, tanto graças aos diálogos quanto aos atores. Assim, é uma pena que Spielberg deixe de lado a relação divertida entre os personagens para fazer de Marion nada mais que o interesse amoroso do herói, limitando Karen Allen a caras de suspiro quando está por perto de Indiana.

A irregularidade do roteiro, porém, não é característica apenas do desenvolvimento dos personagens. Ao contrário do que acontecia nos filmes anteriores, o enredo de Indiana Jones e o Reino da Caveira de Cristal não somente não é interessante, como também é desenvolvido de forma caótica. A trama das caveiras de cristal é a pior de toda a série, superando, inclusive, a já claudicante das pedras de Sankara em Indiana Jones e o Templo da Perdição: jamais sabe-se o que as caveiras realmente são, o que podem fazer, como vieram parar aqui e porque existe a necessidade de devolvê-las. A história é tão absurda que Spielberg, Koepp e Lucas simplesmente não têm idéia de como encerrá-la, culminando em um final que chega perto da catástrofe.

Não, não é exagero. Os vinte minutos finais de Indiana Jones e o Reino da Caveira de Cristal são um equívoco completo, em um amontoado desnecessário de efeitos especiais que não geram tensão e não fazem qualquer sentido. Parece muito mais algo saído do mundo de O Retorno da Múmia do que Indiana Jones. Digo mais: não fosse por este último trecho, a nova aventura seria um filme recomendável, ainda que com algumas falhas. Com o final que tem, Indiana Jones e o Reino da Caveira de Cristal joga por terra qualquer boa vontade que o espectador ainda tinha com a obra.

Há, claro, cenas que fazem jus ao Indiana que todo o mundo aprendeu a amar. Por alguns momentos, Spielberg consegue recriar a magia e o charme das três primeiras aventuras, como é o caso, por exemplo, da divertida perseguição de motos, com o ótimo encerramento na biblioteca, e a cena passada na areia movediça, provavelmente a melhor de todo o filme. No entanto, há outros trechos que chegam a ser constrangedores, como Mutt encarnando Tarzã, formigas transformando-se em cheerleaders para fazer uma escadinha e, claro, o já citado final no templo.

Outra coisa que incomoda é o fato de, por vezes, Spielberg tratar os personagens como parte de um desenho animado. Algumas das melhores cenas de toda a série são forçadas e exageradas, como a perseguição na mina em Indiana Jones e o Templo da Perdição ou o clássico momento no caminhão em Os Caçadores da Arca Perdida. Estas seqüências, porém, funcionavam também graças às reações dos personagens, que se surpreendiam com os fatos. Em Indiana Jones e o Reino da Caveira de Cristal, parecem ter certeza de que jamais se machucarão, o que resulta em momentos difíceis de engolir como o salto do jipe de Marion. Há um limite para o bom senso: uma cena como a dos trilhos em Indiana Jones e o Templo da Perdição é divertida, enquanto o momento George - O Rei da Floresta de Mutt é apenas ridículo.

Mas nada exemplifica mais o que é Indiana Jones e o Reino da Caveira de Cristal do que a maior seqüência de ação do filme, a perseguição em meio à selva. Tal qual um microcosmo da obra completa, a cena é uma inacreditável miscelânea de idéias boas (a bazuca) e más (as formigas), momentos de tensão (as quase quedas no penhasco) e outros equivocados (Mutt Tarzã), partes divertidas (o início da luta de espadas sobre os carros) e outras sem graça (as árvores nas partes íntimas de Mutt na luta), resultando em uma longa cena que tem seus momentos, mostra o que poderia ser, mas, no geral, decepciona.

E dói, como fã da série, afirmar isso. Por mais que o espectador entre com boa vontade no cinema, como eu entrei, Indiana Jones e o Reino da Caveira de Cristal é, acima de tudo, isso: decepcionante. No geral, é um filme até divertido e que, vez ou outra, resgata a magia que Spielberg, Lucas e Ford um dia criaram. Mas estes momentos são ocasionais e os defeitos são difíceis de ignorar. Mais uma lição que o Cinema dá: certas coisas deveriam ser intocáveis. Indy continua um personagem fascinante. Pena que, desta vez, sua aventura não o é.

Nota: 6.5

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Também em:
www.cineplayers.com
www.ricardoorlandini.com.br

Monday, May 19, 2008

Aparências

Na minha época de colégio, tive um colega que adorava puxar o saco dos professores. Era um cara que sempre tirava boas notas, mais por esforço e estudo do que propriamente por esperteza e brilhantismo. Em aula, esse meu colega tinha uma mania que me dava nos nervos: sempre que falava alguma coisa, relacionada ao assunto do dia ou não, olhava de soslaio para o professor, para ver se ele tinha prestado atenção. Parecia que o objetivo não era aprender, mas fazer o professor entender que ele queria aprender.

Faz anos que não vejo esse meu colega, mas ele vem à minha mente ocasionalmente quando penso ou leio algo sobre política. Para ele, o colégio era um jogo de aparências para com os professores – se tivessem uma boa imagem dele, estaria satisfeito. Acontece exatamente o mesmo com os políticos. Assim que são eleitos, não estão nem aí para o povo. Tudo o que fazem é única e simplesmente pensando em permanecer no poder.

Claro, não vou generalizar, mas sabemos todos que a grande maioria é assim. Não importa o partido, não importa a ideologia, não importa a formação. Assumiu um cargo de poder, a principal intenção é ficar por lá mais tempo possível. Por que tantos políticos trocam de partidos senão para estar ao lado daqueles que têm mais chances? Será que, de uma hora para outra, todas as crenças ideológicas transformaram-se? Tá bom. Somos o povo, talvez ingênuo, nunca burro.

Engana-se quem pensa que os projetos são feitos com o objetivo de ajudar e fazer a diferença. Claro que não. O deputado Fulano faz o projeto tal simplesmente para ser lembrado como o deputado responsável pela criação do projeto tal. Os resultados do projeto tal só interessam para que ele seja lembrado como o deputado que melhorou para melhor a vida de X pessoas. Não interessa os nomes delas. Não interessa as outras necessidades delas. Interessa o número.

É tudo um sórdido jogo de vaidade que chega a dar nojo. Agora me vêm novamente com a possibilidade da criação de uma nova CPMF, dizendo que a saúde precisa desse dinheiro. Porra, o governo nunca arrecadou tanto. A cada novo mês, os tributos quebram recordes. Precisa de mais um imposto para tirar grana do nosso bolso ou só precisa saber gastar essa imensa fortuna, a mesma que todos nós pagamos todos os meses para termos coisas que não temos?

Mas a questão é essa: o objetivo não sou eu, não é você, não é a sua família. É a aparência de que eles se preocupam, apenas isso. Se for preciso ir por um lado completamente oposto para continuarem trabalhando três dias por semana e gastando cartões de crédito do governo, eles farão. Sem remorso, sem receio e sem a mínima vergonha. Por que o que interessa não é o resultado, mas o que o povo pensa ser o resultado. Aparência. É fazer um projetinho aí e espiar. Se estivermos olhando, o objetivo já foi alcançado.

Aquele meu colega se daria muito bem na política.

Tuesday, May 13, 2008

NA NATUREZA SELVAGEM

"Mais do que um libelo contra a sociedade moderna, (...) é um magistral estudo de personagem e uma história riquíssima, repleta de possíveis leituras. É um filme inspirador, que abre os olhos e enche o coração, capaz de plantar novas idéias e conceitos na mente do espectador."

Acessem
http://www.cineplayers.com/critica.php?id=1314 e confiram minha crítica completa do excelente Na Natureza Selvagem.

Monday, May 05, 2008

HOMEM DE FERRO

"(Homem de Ferro) Possui sua série de problemas, mas a abordagem de Jon Favreau e o carisma e talento de Robert Downey Jr. garantem facilmente a recomendação."
Acessem www.cineplayers.com e confiram minha crítica completa de Homem de Ferro.