Viagem Literária

Apenas uma maneira de despejar em algum lugar todas aquelas palavras que teimam em continuar saindo de mim diariamente.

Name:
Location: Porto Alegre, RS, Brazil

Um gaúcho pacato, bem-humorado e que curte escrever algumas bobagens e algumas coisas sérias de vez em quando. Devorador voraz de livros e cinéfilo assumido. O resto não interessa, ao menos por enquanto.

Tuesday, December 07, 2010

Filmes de Dezembro

Planeta Terror (Planet Terror) – EUA, 2007
De Robert Rodriguez. Com Freddy Rodríguez, Rose McGowan, Josh Brolin, Marley Shelton, Michael Biehn, Naveen Andrews, Bruce Willis, Quentin Tarantino, Jeff Fahey e Fergie.
Quem compra a proposta de Rodriguez tem tudo para se divertir imensamente. Sangue e tripas para todo lado, mulheres seminuas, diálogos engraçados de tão ridículos e cenas realmente criativas. Sem contar, claro, uma das imagens mais icônicas do cinema nesta década: Rose McGowan com uma metralhadora no lugar da perna.
Nota: 8.0

Um Parto de Viagem (Due Date) – EUA, 2010
De Todd Phillips. Com Robert Downey Jr., Zach Galifianakis, Michelle Monaghan, Jamie Foxx, Juliette Lewis e Danny McBride.
Phillips e Galiafinakis não conseguem repetir o sucesso de Se Beber, Não Case. Mesmo com o talento dos protagonistas, o material irregular, combinando momentos inspirados e outras piadas constrangedoras, sem contar o fato de ser pouco original, reaproveitando ideias já usadas. Considerando-se o talento envolvido, poderá ser muito mais.
Nota: 5.0

Atração Perigosa (The Town) – EUA, 2010
De Ben Affleck. Com Ben Affleck, Jeremy Renner, Rebecca Hall, Blake Lively, Chris Cooper, John Hamm e Pete Postlethwaite.
Qualquer mensagem que Affleck tivesse a intenção de transmitir sobre a sua cidade natal ficou perdida em meio a uma trama que jamais se conecta com o espectador, na qual os personagens parecem distantes e a emoção é nula. De quebra, a trama é previsível e nem mesmo o trabalho de direção correto justifica a boa recepção da crítica norte-americana. Seu primeiro esforço atrás das câmeras, Medo da Verdade, é melhor.
Nota: 5.0

A Embriaguez do Sucesso (Sweet Smell of Succes) – EUA, 1957
De Alexander Mackendrick. Com Tony Curtis, Burt Lancaster e Susan Harrison.
A trilha, as atuações de Tony Curtis e Burt Lancaster e a direção são todas impecáveis, mas é o roteiro ácido e irônico que faz do filme uma verdadeira obra-prima. Indiscutivelmente um dos mais perfeitos textos do cinema norte-americano, com diálogos nada menos que geniais.
Nota: 9.0

Vingança (Revenge) – EUA, 1990
De Tony Scott. Com Kevin Costner, Anthony Quinn, Madeleine Stowe e Miguel Ferrer.
O ritmo propositadamente lento é uma faca de dois gumes, pois deixa o romance se desenvolver de forma eficaz enquanto tornando o filme cansativo. O terceiro ato, que justifica o título, é o mais fraco, parecendo desconexo de tudo o que havia acontecido até então e jamais entregando a carga emocional que promete.
Nota: 6.0

Kick-Ass – Quebrando Tudo (Kick-Ass) – EUA/Inglaterra, 2010
De Matthew Vaughn. Com Aaron Johnson, Mark Strong, Christopher Mintz-Plasse, Nicolas Cage e Chloe Moretz.
O filme seminal sobre o atual momento em que ser nerd virou cool. As milhares de referências pop dão o tom desta bobagem divertidíssima, que combina de forma exemplar ingenuidade com um tom politicamente incorreto. Hit Girl tem tudo para se tornar um ícone.
Nota: 8.0

O Filho de Rambow (The Son of Rambow) – Alemanha/França/Inglaterra, 2007
De Garth Jennings. Com Bill Milner, Will Poulter e Jessica Hynes.
O coração da história de amizade infantil se perde em meio aos clichês e a direção desleixada, capaz de criar cenas vergonhosas, típicas de filmes amadores. Há uma boa ideia na premissa e momentos interessantes, mas Jennings não se mostra um bom realizador, entregando uma obra extremamente irregular.
Nota: 5.0

A Marca da Maldade (Touch of Evil) – EUA, 1958
De Orson Welles. Com Charlton Heston, Orson Welles, Janet Leigh, Ray Collins e Marlene Dietrich.
O roteiro tem mais a oferecer do que o mero enredo, mas o filme é grandioso por outra razão: a direção de Welles. Do magnífico plano-sequência inicial à cena final, trata-se de um dos mais impressionantes trabalhos de câmera da história do cinema. Mais uma prova da genialidade do cineasta.
Nota: 8.0

Aguirre, A Cólera dos Deuses (Aguirre, Der Zorn Gottes) – Alemanha, 1972
De Werner Herzog. Com Klaus Kinski, Helena Rojo e Ruy Guerra.
Um filme que falha em atingir os objetivos tanto em sua execução, arrastada, quanto na mensagem, sem foco. Kinski é hipnotizante e a autenticidade do que se vê na tela é única, porém a jornada de obsessão e loucura proposta por Herzog já foi retratada nas telas de forma melhor e mais atraente.
Nota: 5.0

A Fita Branca (Das Weisse Band) – Alemanha/Áustria/França/Itália, 2009
De Michael Haneke. Com Christian Friedel, Ernst Jacobi e Ulrich Tukur.
Concordando ou não com a posição do cineasta, Haneke novamente tem algo a dizer, apresentando a sua visão nada esperançosa em relação à natureza humana. Desta vez, de quebra, em um filme esteticamente exemplar. É a sua obra mais bela e bem filmada, mesmo que não seja a mais provocante - e pudesse ser um pouco mais curta.
Nota: 8.0

Red – Aposentados e Perigosos (Red) – EUA, 2010
De Robert Schwentke. Com Bruce Willis, John Malkovich, Mary-Louise Parker, Helen Mirren, Morgan Freeman, Karl Urban, Brian Cox, Ernest Borgnine e Richard Dreyfuss.
Se a trama é capenga e as cenas de ação genéricas (salvo raras exceções, como a de Bruce Willis saindo do carro), o carisma do elenco e dos personagens dão conta do recado, fazendo do filme uma diversão eficiente e sem qualquer compromisso.
Nota: 6.0

Monstros (Freaks) – EUA, 1932
De Tod Browning. Com Wallace Ford, Josephine Joseph e Violet Hilton.
Quem são as verdadeiras aberrações? Qual a linha que separa os monstros de quem se julga normal? Mesmo quase oitenta anos após o lançamento, o filme de Browning segue atual nas questões que levanta, tendo mais a oferecer do que apenas o choque pelo elenco inusitado.
Nota: 7.0

Redes do Crime (What Doesn’t Kill You) – EUA, 2008
De Brian Goodman. Com Mark Ruffalo, Ethan Hawke, Amanda Peet, Donnie Wahlberg e Brian Goodman.
Trata-se de uma história já vista outras vezes e que pouco faz para atingir alguma originalidade, sem contar o ritmo irregular. Por outro lado, há sensibilidade na forma de retratar os dilemas do protagonista (provavelmente pelo fato de ser uma história autobiográfica) e o elenco, especialmente Ruffalo, está ótimo.
Nota: 6.5

Tiras em Apuros (Cop Out) – EUA, 2010
De Kevin Smith. Com Bruce Willis, Tracy Morgan, Ana de la Reguera, Kevin Pollak e Adam Brody.
Kevin Smith no fundo do poço de sua carreira. O irreverente e provocativo cineasta dos anos noventa se entrega ao cinema comercial nesta história caótica, na qual nada funciona. Tracy Morgan é irritante, a trama é uma bagunça, as piadas causam vergonha, os lugares-comuns transbordam. Provavelmente o pior filme do ano.
Nota: 3.0

Príncipe da Pérsia – As Areias do Tempo (Prince of Persia – The Sands of Time) – EUA, 2010
De Mike Newell. Com Jake Gyllenhaal, Gemma Arterton, Ben Kingsley e Alfred Molina.
Ao contrário do que se disse, o filme é divertido. Sim, a história é absurda e repleta de furos e o excesso de efeitos especiais (muitos deles toscos) incomoda. Mas há boas cenas de ação e a dinâmica entre os personagens funciona, garantindo um bom passatempo.
Nota: 6.0