Viagem Literária

Apenas uma maneira de despejar em algum lugar todas aquelas palavras que teimam em continuar saindo de mim diariamente.

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Location: Porto Alegre, RS, Brazil

Um gaúcho pacato, bem-humorado e que curte escrever algumas bobagens e algumas coisas sérias de vez em quando. Devorador voraz de livros e cinéfilo assumido. O resto não interessa, ao menos por enquanto.

Monday, January 09, 2012

Melhores do Ano 2011


Então, pessoal, pra quem interessar, segue a minha lista dos melhores filmes de 2011. Vale lembrar que são os melhores (na minha opinião, que fique claro) que estrearam nos cinemas do Brasil no ano passado. Ou seja, alguns filmes são de 2010, mas chegaram aqui em 2011, então estão na lista.

Segue, em ordem crescente de preferência:

14. Bravura Indômita (True Grit) - EUA

Ainda que não possua a originalidade típica dos irmãos Coen, é um filme espetacularmente realizado. Excelente dinâmica entre os personagens, diálogos afiados, interpretações de alto nível, belíssima fotografia, humor e violência no equilíbrio certo. Muito superior ao original.

13. Jogo de Poder (Fair Game) - EUA

Além de ser importante e corajoso por sua temática, trata-se de um filme com bons valores cinematográficos: uma trama bem desenvolvida, que maneja bem o lado político e o pessoal, uma direção sem afetações e belíssimas interpretações de Sean Penn e Naomi Watts.

12. Tudo pelo Poder (The Ides of March) – EUA

George Clooney acerta mais uma vez atrás das câmeras, em um filme extremamente inteligente tanto no roteiro quanto em sua condução. Dilemas morais, reflexões éticas, crítica política, tudo apresentado por um elenco de alto nível, em excelente forma.

11. Em um Mundo Melhor (Haevnen) – Dinamarca/Suécia

É um belo filme, contado com maturidade, com relacionamentos e personagens bem construídos, cujas motivações sempre ficam claras ao espectador. O final pode parecer "feliz" demais, mas não diminui a satisfação de acompanhar uma história bem narrada.

10. O Palhaço - Brasil

Ao mesmo tempo divertido e melancólico, ágil e sensível, demonstra a maturidade de Selton Mello como realizador, um cineasta capaz de criar um universo quase próprio, repleto de ternura e personagens únicos, onde a arte dita as regras.

9. Namorados para Sempre (Blue Valentine) – EUA

Derek Cianfrance consegue algo raro em seu filme: a verdade. Há verdade no sentimento entre os personagens, há verdade na abordagem e há verdade nas atuações de Ryan Gosling e Michelle William. Um filme honesto e duro sobre o amor, sem as idealizações comuns do cinema americano.

8. Incêndios (Incendies) - Canadá

A narrativa cuidadosa e lenta pode arrastar o filme em alguns momentos, mas acaba se revelando importante para o impacto da resolução. Uma obra que, ainda que não explore como poderia a reflexão do contraste cultural, possui inegável força em sua história e faz a plateia pensar.

7. Árvore da Vida (The Three of Life) - EUA

O sentido da hipnotizante poesia de Terrence Malick será discutido por muitos anos e provavelmente gerará centenas de interpretações. Por enquanto, o que fica é uma experiência sensorial e artística única, reflexiva e contemplativa, diante da qual é impossível ficar indiferente. Algumas das mais belas imagens do ano estão em Árvore da Vida.

6. O Garoto da Bicicleta (Le Gamin au Vélo) - França

Um belíssimo estudo de personagem orquestrado pelos irmãos Dardenne, que conseguem transmitir os conflitos internos do jovem protagonista sem apelar a exposições ou fáceis recursos narrativos. Os longos planos transmitem o naturalismo necessário, assim como as boas atuações.

5. Reencontrando a Felicidade (Rabbit Hole) - EUA

A dor e como lidar com ela. John Cameron Mitchell constrói um filme de muita sensibilidade, evitando os lugares-comuns e trazendo os sentimentos dos personagens à pele do espectador. Nicole Kidman e Aaron Eckhart estão impecáveis e ajudam a criar momentos de emoção genuína.

4. Poesia (Shi) – Coréia do Sul

Como encontrar beleza em uma existência onde ela não parece existir? A metáfora da poesia é perfeita para a história da protagonista, em um filme melancólico e sensível, que emociona sem resvalar em qualquer espécie de sentimentalismo ou melodrama. Nem mesmo a longa duração incomoda.

3. A Pele que Habito (La Piel que Habito) – Espanha

Pedro Almodóvar volta ao seu melhor em um filme original do início ao fim, com uma trama surpreendente e até mesmo bizarra, que só poderia ser levada às telas por um cineasta de seu talento. A narrativa é bem pensada e espetacularmente construída, sendo capaz de perturbar enquanto propõe reflexões.

2. Meia-Noite em Paris (Midnight in Paris) – Espanha/EUA

Woody Allen em um dos melhores momentos de toda a sua carreira, em uma homenagem à cultura e a arte, com questões sobre nossa relação com o tempo e com o passado. Diálogos inspiradíssimos e boas atuações (especialmente dos coadjuvantes) em um filme encantador, divertido e repleto de charme.

1. Cisne Negro (Black Swan) – EUA

A nova obra-prima de Darren Aronofsky versa sobre a obsessão jogando o espectador em uma espiral rumo à loucura. O cineasta filma sua história como uma verdadeira dança, um balé, com a câmera praticamente dançando em uma coreografia que ressalta o aspecto trágico da história de Nina e a sua ruptura em busca da perfeição. Há momentos de grande força, como a apresentação final, e uma performance inesquecível de Natalie Portman.