Filmes de junho
O CONTRATO (THE CONTRACT) – EUA/Alemanha, 2006 *
De Bruce Beresford. Com John Cusack, Morgan Freeman, Jamie Anderson, Ian Chaw e Didem Erol.
Com exceção de Freeman, O Contrato é um desastre total. Além de contar uma história sem pé nem cabeça, Beresford não é capaz de imprimir tensão alguma ao filme, que parece uma produção realizada por amadores. Nem mesmo o sempre interessante Cusack consegue alguma coisa.
UM CARA QUASE PERFEITO (MAN ABOUT TOWN) – EUA, 2006 **1/2
De Mike Binder. Com Ben Affleck, Rebecca Romijn, John Cleese, Mike Binder, Adam Goldberg, Gina Gershon e Bai Ling.
Há boas idéias e algumas interessantes reflexões em Um Cara Quase Perfeito. No entanto, a nova obra de Mike Binder tem dificuldades em encontrar o tom correto, oscilando entre o drama pesado e a comédia escatalógica sem o menor pudor. O resultado é um filme com algumas boas cenas, mas um sem-número de momentos completamente despropositados.
ROCKY BALBOA – EUA, 2007 ***1/2
De Sylvester Stallone. Com Sylvester Stallone, Burt Young, Antonio Tarver, Geraldine Hughes e Milo Ventimiglia.
Quem não acreditava em Stallone – como eu – tem que calar a boca. O velho astro dá a volta por cima em sua carreira ao ressuscitar seu mais famoso personagem em um filme digno e interessante. O roteiro escrito pelo próprio Stallone é inteligente, focando na dura existência de Rocky, um homem preso ao sucesso do passado. Há uma bela construção de personagem e bons diálogos, transmitidos com honestidade e competência. A partir do momento em que a luta torna-se o tema principal, o filme enfraquece, mas Rocky Balboa não deixa de ser uma bela surpresa.
EDUKATORS (DIE FETTEN JAHRE SIND VORBEI) – Alemanha, 2004 ****1/2
De Hans Weingartner. Com Daniel Bruhl, Julia Jentsch, Stipe Erceg e Burghart Klaubner.
Edukators tem tudo aquilo que faz um grande filme: consegue misturar entretenimento com inteligência, além de levantar relevantes questões sociais. O relacionamento entre os personagens é bem equilibrado com o enredo principal, contando ainda com belas interpretação do elenco – tanto o jovem quanto o mais experiente. Weingartner ainda oferece diálogos interessantíssimos, em um filme que diverte e faz pensar. Imperdível.
SUPER NACHO (NACHO LIBRE) – EUA, 2006 ***
De Jared Hess. Com Jack Black, Ana de la Reguera, Héctor Jiménez e Darius Rose.
Idiota ao extremo, Nacho Libre é uma comédia escrachada que se apóia unicamente no talento de Jack Black. Sempre carismático e divertido, Black encontra aqui espaço para o exagero que tanto gosta – e não cai bem em outros filmes. A história é boboca e os personagens são idiotas, mas há momentos genuinamente engraçados, além da estonteante beleza de Ana de la Reguera.
O ANO EM QUE MEUS PAIS SAÍRAM DE FÉRIAS – Brasil, 2006 ****
De Cao Hamburguer. Com Michel Joelsas, Germano Haiut, Paulo Autran, Simone Spoladore e Caio Blat.
Mais um exemplo do alto nível do cinema nacional, O Ano em que meus Pais Saíram de Férias segue o exemplo de Edukators e combina entretenimento com inteligência de forma eficaz. Apresentando a ditadura na visão de um garoto, o filme mistura ingenuidade e leveza com sensibilidade e profundidade. É, sem dúvida, uma belíssima obra, sem exageros por parte da direção de Hamburguer e com um ótimo elenco.
ORGULHO E PRECONCEITO (PRIDE & PREJUDICE) – França/Inglaterra ****
De Joe Wright. Com Keira Knightley, Matthew McFadyen, Rosamund Pike, Donald Sutherland, Brenda Blethyn, Jena Malone e Judi Dench.
A imortal obra de Jane Austen ganha uma adaptação à altura pelas mãos do britânico Joe Wright. Contando com Keira Knightley inspirada no papel de Elizabeth, Orgulho e Preconceito consegue capturar a essência do livro de Austen, dando espaço para a construção e desenvolvimento da maioria dos personagens. A história de amor de Elizabeth e Darcy convence, a reconstrução de época é eficaz e o filme consegue emocionar.
SONHADORA (DREAMER: INSPIRED BY A TRUE STORY) – EUA, 2005 ***1/2
De John Gatins. Com Dakota Fanning, Kurt Russell, Elisabeth Shue, David Morse, Kris Kristofferson, Luis Guzmán e Freddy Rodriguez.
Apesar da estrutura formulaica e do acúmulo de clichês, Sonhadora consegue atingir seu objetivo. É óbvio que até o espectador mais desavisado sabe como o filme vai terminar, mas o diretor Gatins encontra coração no relacionamento entre a garota, seu pai e o cavalo, fazendo o espectador torcer por eles.
ZODÍACO (ZODIAC) – EUA, 2007 ****
De David Fincher. Com Jake Gyllenhaal, Robert Downey Jr., Mark Ruffalo, Chloe Sevigny, Anthony Edwards, Brian Cox, Elias Koteas e John Carroll Lynch.
David Fincher é um dos melhores diretores da atualidade. Por isso, sempre há de se esperar algo mais do responsável por Clube da Luta. Em Zodíaco, Fincher conta a história real de um serial killer que aterrorizou os EUA. O cineasta está mais contido em termos visuais do que em seus filmes anteriores, mas domina a narrativa de forma exemplar. As dezenas de personagens, suspeitos e provas poderiam resultar em um filme confuso nas mãos de um cineasta menos talentoso. Fincher mantém o filme sempre coeso, dando espaço para o desenvolvimento da obsessão dos personagens em descobrir a identidade do assassino. É um filme detalhista, cuidadoso e mais um exemplo do talento descomunal de Fincher.
TEMPOS DE VIOLÊNCIA (HARSH TIMES) – EUA, 2005 ****
De David Ayer. Com Christian Bale, Freddy Rodríguez, Eva Longoria e Tammy Trull.
Christian Bale é o dono deste filme surpreendente. Em uma atuação visceral e repleta de energia, Bale cria um personagem complexo, carregando nas costas esta obra que mostra o lado selvagem das ruas de Los Angeles. Não há um enredo propriamente dito, com os personagens de Bale e Rodriguez apenas circulando pela cidade enquanto tentam encontrar seu rumo. Ayer (mesmo roteirista de Dia de Treinamento), demonstra talento atrás das câmeras, mantendo o filme interessante e com boa técnica – a cena na qual um tiro é disparado contra o carro deles é excelente.
FELIZ NATAL (JOYEUX NOEL) – França/Alemanha/Inglaterra, 2005 ****
De Christian Carion. Com Daniel Brühl, Diane Kruger, Benno Fürmann, Guillaume Canet, Danny Bloom e Gary Lewis.
Esta emocionante história real não precisava de muito para funcionar. Sabendo a força intrínseca do material que tem em mãos, Carion conta Feliz Natal sem exagerar no melodrama e resvalar em clichês. O fato excepcional dos soldados que fazem uma trégua para comemorarem – juntos – o Natal ressoa fundo no espectador, que maravilha-se diante de um filme repleto de humanismo e solidariedade.
NAPOLEON DYNAMITE – EUA, 2004 ***
De Jared Hess. Com Jon Heder, Jon Gries, Efren Ramirez, Aaron Ruel e Tina Majorino.
Apesar de ter se tornado uma referência cult, Napoleon Dynamite é apenas uma comédia interessante e com poucos momentos divertidos. Hess demonstra sua ternura para com os nerds e excluídos, retratados na figura ímpar de Napoleon. O filme peca na estrutura narrativa, tornando-se apenas uma série de esquetes bizarras envolvendo o personagem-título e sua família. É curioso e ocasionalmente divertido, mas nada mais.
OBRIGADO POR FUMAR (THANK YOU FOR SMOKING) – EUA, 2005 ****
De Jason Reitman. Com Aaron Eckhart, Cameron Bright, J. K. Simmons, Robert Duvall, Maria Bello, David Koechner, Katie Holmes, William H. Macy, Rob Lowe e Sam Elliot.
Obrigado por Fumar é a promissora estréia de Jason Reitman na direção. O cineasta debuta logo com uma obra difícil, uma sátira de humor negro, mas se sai surpreendentemente bem. Sua condução é segura e o roteiro ácido ao extremo, atirando para diversos lados sem jamais soar panfletário. Da mesma forma, Reitman evita os clichês e tira boas atuações de todo o elenco, especialmente de Eckhart.
SOB SUSPEITA (FIND ME GUILTY) – EUA, 2006 ***1/2
De Sidney Lumet. Com Vin Diesel, Alex Rocco, Peter Dinklage, Richard DeDomenico e Annabella Sciorra.
Lumet volta a demonstrar seu talento ao contar a história do mais longo julgamento dos EUA e do mafioso Jackie DiNorscio. Vin Diesel assume bem o papel do protagonista, combinando com talento o lado showman e carismático de DiNorscio com sua postura ameaçadora. Sob Suspeita começa muito bem e perde pouco de sua força assim que ganha um ar mais sério. Mesmo assim, é um filme acima da média e com a lucidez de um grande cineasta.
BUENOS AIRES 100 KM (BUENOS AIRES 100 KILÓMETROS) – Argentina, 2004 ***1/2
De Pablo José Meza. Com Juan Ignácio Perez Roca, Emilio Fernández, Alan Ardel, Hernan Wainstein, Juan Pablo Bazzini e Sandra Ballesteros.
O tema já foi abordado centenas de vezes (a passagens de jovens para a vida adulta) e Buenos Aires 100 Km não acrescenta nada a esta galeria. É um filme sincero, conduzido sem pressa e com bons atores, especialmente o protagonista Perez Roca. O realismo da vida dos personagens garante o interesse, mas não deixa de ser apenas mais do mesmo.
O AMOR NÃO TIRA FÉRIAS (THE HOLIDAY) – EUA, 2006 ***
De Nancy Meyers. Com Kate Winslet, Cameron Diaz, Jude Law, Jack Black, Rufus Sewell, Eli Wallach, Edward Burns e Shannyn Sossamon.
Não dá pra esperar grande coisa de uma comédia romântica de Nancy Meyers. Pelo menos, O Amor não Tira Férias entrega o que promete. É um filme bobinho e por vezes divertido, que peca pela inaptidão da diretora. O grande problema é o fato de ter que contar duas histórias ao mesmo tempo e Meyers acaba por dar ênfase em uma delas. Como resultado, uma é mais bem desenvolvida que a outra, que parece apressada demais. Além disso, se Jude Law e Cameron Diaz formam um bom casal, Winslet e Black não possuem química nenhuma, apesar de a atriz inglesa estar ótima como sempre.
De Bruce Beresford. Com John Cusack, Morgan Freeman, Jamie Anderson, Ian Chaw e Didem Erol.
Com exceção de Freeman, O Contrato é um desastre total. Além de contar uma história sem pé nem cabeça, Beresford não é capaz de imprimir tensão alguma ao filme, que parece uma produção realizada por amadores. Nem mesmo o sempre interessante Cusack consegue alguma coisa.
UM CARA QUASE PERFEITO (MAN ABOUT TOWN) – EUA, 2006 **1/2
De Mike Binder. Com Ben Affleck, Rebecca Romijn, John Cleese, Mike Binder, Adam Goldberg, Gina Gershon e Bai Ling.
Há boas idéias e algumas interessantes reflexões em Um Cara Quase Perfeito. No entanto, a nova obra de Mike Binder tem dificuldades em encontrar o tom correto, oscilando entre o drama pesado e a comédia escatalógica sem o menor pudor. O resultado é um filme com algumas boas cenas, mas um sem-número de momentos completamente despropositados.
ROCKY BALBOA – EUA, 2007 ***1/2
De Sylvester Stallone. Com Sylvester Stallone, Burt Young, Antonio Tarver, Geraldine Hughes e Milo Ventimiglia.
Quem não acreditava em Stallone – como eu – tem que calar a boca. O velho astro dá a volta por cima em sua carreira ao ressuscitar seu mais famoso personagem em um filme digno e interessante. O roteiro escrito pelo próprio Stallone é inteligente, focando na dura existência de Rocky, um homem preso ao sucesso do passado. Há uma bela construção de personagem e bons diálogos, transmitidos com honestidade e competência. A partir do momento em que a luta torna-se o tema principal, o filme enfraquece, mas Rocky Balboa não deixa de ser uma bela surpresa.
EDUKATORS (DIE FETTEN JAHRE SIND VORBEI) – Alemanha, 2004 ****1/2
De Hans Weingartner. Com Daniel Bruhl, Julia Jentsch, Stipe Erceg e Burghart Klaubner.
Edukators tem tudo aquilo que faz um grande filme: consegue misturar entretenimento com inteligência, além de levantar relevantes questões sociais. O relacionamento entre os personagens é bem equilibrado com o enredo principal, contando ainda com belas interpretação do elenco – tanto o jovem quanto o mais experiente. Weingartner ainda oferece diálogos interessantíssimos, em um filme que diverte e faz pensar. Imperdível.
SUPER NACHO (NACHO LIBRE) – EUA, 2006 ***
De Jared Hess. Com Jack Black, Ana de la Reguera, Héctor Jiménez e Darius Rose.
Idiota ao extremo, Nacho Libre é uma comédia escrachada que se apóia unicamente no talento de Jack Black. Sempre carismático e divertido, Black encontra aqui espaço para o exagero que tanto gosta – e não cai bem em outros filmes. A história é boboca e os personagens são idiotas, mas há momentos genuinamente engraçados, além da estonteante beleza de Ana de la Reguera.
O ANO EM QUE MEUS PAIS SAÍRAM DE FÉRIAS – Brasil, 2006 ****
De Cao Hamburguer. Com Michel Joelsas, Germano Haiut, Paulo Autran, Simone Spoladore e Caio Blat.
Mais um exemplo do alto nível do cinema nacional, O Ano em que meus Pais Saíram de Férias segue o exemplo de Edukators e combina entretenimento com inteligência de forma eficaz. Apresentando a ditadura na visão de um garoto, o filme mistura ingenuidade e leveza com sensibilidade e profundidade. É, sem dúvida, uma belíssima obra, sem exageros por parte da direção de Hamburguer e com um ótimo elenco.
ORGULHO E PRECONCEITO (PRIDE & PREJUDICE) – França/Inglaterra ****
De Joe Wright. Com Keira Knightley, Matthew McFadyen, Rosamund Pike, Donald Sutherland, Brenda Blethyn, Jena Malone e Judi Dench.
A imortal obra de Jane Austen ganha uma adaptação à altura pelas mãos do britânico Joe Wright. Contando com Keira Knightley inspirada no papel de Elizabeth, Orgulho e Preconceito consegue capturar a essência do livro de Austen, dando espaço para a construção e desenvolvimento da maioria dos personagens. A história de amor de Elizabeth e Darcy convence, a reconstrução de época é eficaz e o filme consegue emocionar.
SONHADORA (DREAMER: INSPIRED BY A TRUE STORY) – EUA, 2005 ***1/2
De John Gatins. Com Dakota Fanning, Kurt Russell, Elisabeth Shue, David Morse, Kris Kristofferson, Luis Guzmán e Freddy Rodriguez.
Apesar da estrutura formulaica e do acúmulo de clichês, Sonhadora consegue atingir seu objetivo. É óbvio que até o espectador mais desavisado sabe como o filme vai terminar, mas o diretor Gatins encontra coração no relacionamento entre a garota, seu pai e o cavalo, fazendo o espectador torcer por eles.
ZODÍACO (ZODIAC) – EUA, 2007 ****
De David Fincher. Com Jake Gyllenhaal, Robert Downey Jr., Mark Ruffalo, Chloe Sevigny, Anthony Edwards, Brian Cox, Elias Koteas e John Carroll Lynch.
David Fincher é um dos melhores diretores da atualidade. Por isso, sempre há de se esperar algo mais do responsável por Clube da Luta. Em Zodíaco, Fincher conta a história real de um serial killer que aterrorizou os EUA. O cineasta está mais contido em termos visuais do que em seus filmes anteriores, mas domina a narrativa de forma exemplar. As dezenas de personagens, suspeitos e provas poderiam resultar em um filme confuso nas mãos de um cineasta menos talentoso. Fincher mantém o filme sempre coeso, dando espaço para o desenvolvimento da obsessão dos personagens em descobrir a identidade do assassino. É um filme detalhista, cuidadoso e mais um exemplo do talento descomunal de Fincher.
TEMPOS DE VIOLÊNCIA (HARSH TIMES) – EUA, 2005 ****
De David Ayer. Com Christian Bale, Freddy Rodríguez, Eva Longoria e Tammy Trull.
Christian Bale é o dono deste filme surpreendente. Em uma atuação visceral e repleta de energia, Bale cria um personagem complexo, carregando nas costas esta obra que mostra o lado selvagem das ruas de Los Angeles. Não há um enredo propriamente dito, com os personagens de Bale e Rodriguez apenas circulando pela cidade enquanto tentam encontrar seu rumo. Ayer (mesmo roteirista de Dia de Treinamento), demonstra talento atrás das câmeras, mantendo o filme interessante e com boa técnica – a cena na qual um tiro é disparado contra o carro deles é excelente.
FELIZ NATAL (JOYEUX NOEL) – França/Alemanha/Inglaterra, 2005 ****
De Christian Carion. Com Daniel Brühl, Diane Kruger, Benno Fürmann, Guillaume Canet, Danny Bloom e Gary Lewis.
Esta emocionante história real não precisava de muito para funcionar. Sabendo a força intrínseca do material que tem em mãos, Carion conta Feliz Natal sem exagerar no melodrama e resvalar em clichês. O fato excepcional dos soldados que fazem uma trégua para comemorarem – juntos – o Natal ressoa fundo no espectador, que maravilha-se diante de um filme repleto de humanismo e solidariedade.
NAPOLEON DYNAMITE – EUA, 2004 ***
De Jared Hess. Com Jon Heder, Jon Gries, Efren Ramirez, Aaron Ruel e Tina Majorino.
Apesar de ter se tornado uma referência cult, Napoleon Dynamite é apenas uma comédia interessante e com poucos momentos divertidos. Hess demonstra sua ternura para com os nerds e excluídos, retratados na figura ímpar de Napoleon. O filme peca na estrutura narrativa, tornando-se apenas uma série de esquetes bizarras envolvendo o personagem-título e sua família. É curioso e ocasionalmente divertido, mas nada mais.
OBRIGADO POR FUMAR (THANK YOU FOR SMOKING) – EUA, 2005 ****
De Jason Reitman. Com Aaron Eckhart, Cameron Bright, J. K. Simmons, Robert Duvall, Maria Bello, David Koechner, Katie Holmes, William H. Macy, Rob Lowe e Sam Elliot.
Obrigado por Fumar é a promissora estréia de Jason Reitman na direção. O cineasta debuta logo com uma obra difícil, uma sátira de humor negro, mas se sai surpreendentemente bem. Sua condução é segura e o roteiro ácido ao extremo, atirando para diversos lados sem jamais soar panfletário. Da mesma forma, Reitman evita os clichês e tira boas atuações de todo o elenco, especialmente de Eckhart.
SOB SUSPEITA (FIND ME GUILTY) – EUA, 2006 ***1/2
De Sidney Lumet. Com Vin Diesel, Alex Rocco, Peter Dinklage, Richard DeDomenico e Annabella Sciorra.
Lumet volta a demonstrar seu talento ao contar a história do mais longo julgamento dos EUA e do mafioso Jackie DiNorscio. Vin Diesel assume bem o papel do protagonista, combinando com talento o lado showman e carismático de DiNorscio com sua postura ameaçadora. Sob Suspeita começa muito bem e perde pouco de sua força assim que ganha um ar mais sério. Mesmo assim, é um filme acima da média e com a lucidez de um grande cineasta.
BUENOS AIRES 100 KM (BUENOS AIRES 100 KILÓMETROS) – Argentina, 2004 ***1/2
De Pablo José Meza. Com Juan Ignácio Perez Roca, Emilio Fernández, Alan Ardel, Hernan Wainstein, Juan Pablo Bazzini e Sandra Ballesteros.
O tema já foi abordado centenas de vezes (a passagens de jovens para a vida adulta) e Buenos Aires 100 Km não acrescenta nada a esta galeria. É um filme sincero, conduzido sem pressa e com bons atores, especialmente o protagonista Perez Roca. O realismo da vida dos personagens garante o interesse, mas não deixa de ser apenas mais do mesmo.
O AMOR NÃO TIRA FÉRIAS (THE HOLIDAY) – EUA, 2006 ***
De Nancy Meyers. Com Kate Winslet, Cameron Diaz, Jude Law, Jack Black, Rufus Sewell, Eli Wallach, Edward Burns e Shannyn Sossamon.
Não dá pra esperar grande coisa de uma comédia romântica de Nancy Meyers. Pelo menos, O Amor não Tira Férias entrega o que promete. É um filme bobinho e por vezes divertido, que peca pela inaptidão da diretora. O grande problema é o fato de ter que contar duas histórias ao mesmo tempo e Meyers acaba por dar ênfase em uma delas. Como resultado, uma é mais bem desenvolvida que a outra, que parece apressada demais. Além disso, se Jude Law e Cameron Diaz formam um bom casal, Winslet e Black não possuem química nenhuma, apesar de a atriz inglesa estar ótima como sempre.