AVATAR
AVATAR
De James Cameron. Com Sam Worthington, Zoe Saldana, Sigourney Weaver, Stephen Lang, Michelle Rodriguez e Giovanni Ribisi.
O ano era 2007. Após muitos meses de turbulenta produção, James Cameron finalmente se preparava para lançar o seu trabalho mais ambicioso. À época, contava-se que Titanic era o filme mais caro de todos os tempos e que jamais alcançaria nas bilheterias o retorno do investimento. Muitos imaginavam um desastre total e manchetes óbvias já eram criadas associando a palavra “naufrágio” ao – supunha-se – pífio desempenho da produção. Como hoje se sabe, a grande maioria estava enganada e Titanic fez história.
Ao longo dos anos, tornou-se possível analisar Titanic de forma mais distante, longe de todo o hype. Indiscutivelmente, a história do amor de Jack e Kate em meio ao naufrágio mais famoso de todos os tempos ganhou seus detratores, muitos deles apenas receosos de aplaudir um sucesso dessa escala. Titanic, porém, é um grande filme. Com problemas, sim, como momentos piegas e roteiro por vezes superficial, mas um filme que leva o espectador a uma viagem fantástica e a uma experiência única.
Pois Avatar, de certa forma, é como Titanic. Mais uma vez, a expectativa pelo produto final era alta. Mesmo que o material liberado até então não empolgasse, Cameron dizia se tratar de uma obra revolucionária, que poderia modificar o cinema daqui para a frente. Como há doze anos, muitos já asseguravam o fracasso do filme. Avatar, porém, para resumir em apenas uma palavra, é deslumbrante. Assim como Titanic, tem problemas narrativos típicos do cinema de Cameron, mas é uma obra incrível e empolgante, com grandiosidade poucas vezes igualada.
A história de Avatar se passa no futuro e leva o espectador a um planeta chamado Pandora, onde os humanos estabeleceram pequenas bases militares com o objetivo de obter um valioso minério encontrado apenas naquele solo. É lá que desce Jake Sully, militar preso a uma cadeira de rodas. Sully vai fazer parte do chamado programa Avatar, que o permite assumir o corpo de um Na’Vi, espécie habitante do local, para conhecer um pouco mais sobre os nativos. Aos poucos, Sully vai entrando em contato com a cultura e se identificando com aquele povo, ao mesmo tempo em que se apaixona por uma delas. Mas quando os militares declaram guerra aos Na’Vi, Sully precisa decidir o lado no qual quer lutar.
Muito se falou, ainda antes do lançamento, sobre a revolução tecnológica que Avatar iria causar. É difícil, no entanto, mesmo após assistir ao filme, mensurar o impacto que ele terá em produções futuras. Essa é uma daquelas afirmações que somente o tempo pode fazer. Revolucionário ou não, é inegável que se trata de uma imensa conquista e um filme espetacularmente bem feito. O CGI e a captura de performance atingem outro nível com Avatar, em um avanço nítido e claro até mesmo a olhares menos acostumados. Essa conquista fica muito clara quando se vê os personagens em tela: a fluidez de movimentos e as expressões faciais são absolutamente impecáveis. Cameron conseguiu, inclusive, eliminar os olhares vazios das criaturas, maior problema da tecnologia até hoje – pela primeira vez no cinema, os olhos de personagens gerados por computador parecem ter vida.
Ainda que este seja o feito técnico mais significativo, é impossível não se maravilhar com o mundo que Cameron e sua equipe criaram a partir do zero. Pandora é um planeta construído de forma complexa, com fauna, flora e mitologia bem desenvolvidos, em um louvável exercício de criatividade e imaginação por parte do cineasta. Desde a floresta luminescente, passando pelos “insetos helicópteros” e chegando até as fenomenais montanhas flutuantes, Pandora surge na tela com uma riqueza absoluta de detalhes, fazendo este novo mundo realmente ganhar vida. Mais do que isso, o lado técnico da produção faz o planeta vibrar com cores e formas que realmente justificam a frase-clichê sobre “levar o espectador a outro mundo”.
E James Cameron aproveita tudo isso para fazer de Avatar um grande filme. Ainda que o roteiro não alcance o nível do restante, o diretor, responsável por alguns dos momentos mais icônicos do cinema nos últimos trinta anos, constrói cenas realmente capazes de tirar o fôlego da plateia, pela combinação da beleza visual com o aspecto poético das composições. São momentos como o de Neytiri hesitando atirar ao perceber a presença de um espírito livre ou a união entre ela e Jake em meio aos cipós brilhosos. A mais bela cena de Avatar, porém, na qual Cameron consegue realmente atingir a magia rara e única do cinema, é aquela com Neytiri segurando Jake em forma humana em seu colo: é o momento catártico e mais emocionante de todo o filme, no qual os dois personagens – e, por consequência, a plateia – compreendem a ligação existente entre eles. Simplesmente arrebatador.
Cameron, aliás, acerta também na forma como utiliza o 3D (por sinal, as legendas funcionam muito bem e deixam dúvida sobre os motivos que levaram à demora para se fazer isso aqui no Brasil). Sim, Avatar é visualmente espetacular e deve ser visto na terceira dimensão para uma experiência ainda mais completa, porém o cineasta não faz uso do recurso como um fim por si só. Não há momentos gratuitos: quem espera mãos “saindo” da tela ou objetos sendo “jogados” em direção ao espectador vai ficar decepcionado. Em Avatar, o 3D não serve para mascarar um filme sem ideias ou qualquer valor cinematográfico, mas como forma de tornar Pandora um mundo mais real e, assim, realçar o alcance da história e da jornada dos personagens.
Falando nisso, a trama de Avatar, apesar de ser o elo mais fraco do filme, oferece o subsídio necessário para que o filme atinja os objetivos propostos. O enredo não prima pela originalidade, seguindo uma estrutura já vista em diversas outras obras, como Dança com Lobos e O Último Samurai, pelo caminho percorrido pelo herói, e Matrix e Substitutos, no que concerne o programa Avatar. As semelhanças com o filme de Kevin Costner, porém, são mais gritantes, uma vez que os Na’Vi são retratados como uma espécie de indígenas: utilizam arco e flecha, não vivem em grandes construções e possuem forte ligação com a sua terra. Quando bem utilizado, como em Dança com Lobos e aqui, este conceito batido acaba fisgando o espectador: difícil não simpatizar com a jornada de um personagem que cresce ao se sentir parte de outro povo e outro lugar, decidindo lutar por tudo aquilo que acredita ser correto, mesmo contra suas próprias origens.
E essa é a trajetória de Jake Sully, o protagonista de Avatar. Quando o filme tem início, Sully é um ex-soldado paraplégico, que aproveita a oportunidade do programa Avatar para se sentir útil novamente. Esta, aliás, é mais uma excelente ideia de Cameron, que acaba por dar outra dimensão à história. A primeira vez que assume a pele de um Na’Vi, por exemplo, é interessantíssima: Sully se sente praticamente embriagado com a possibilidade de correr e sentir novamente as suas pernas que acaba indo contra as recomendações dos responsáveis pelo programa. Ao longo da projeção, a plateia acompanha a transformação sofrida pelo personagem, que começa a fazer parte daquele povo, em uma jornada construída de maneira eficaz, gradual, fazendo com que a mudança de Sully se torne crível ao espectador.
O mesmo vale para o desenvolvimento da relação entre Sully e Neytiri. Por vezes, ela parece apressada, como se pulasse etapas. No entanto, o romance entre os protagonistas funciona em termos gerais e a plateia não somente acredita nesse relacionamento como também torce por ele, o que é fundamental para que as cenas de batalha cresçam em termos de tensão e emoção. Alguns dos momentos nos quais os dois dividem a tela são belíssimos, colaborando para superar os deslizes do roteiro e da narrativa de Cameron.
Enquanto isso, o cineasta acerta na mosca ao construir a mitologia dos Na’Vi. Seres fascinantes desde a sua compleição física, Cameron os apresenta como um povo extremamente unido e espiritualizado, cuja relação com a natureza e o mundo que os cerca é íntima – o que pode ser percebido pela ótima ideia da “ligação” entre eles e os animais. Os Na’Vi sentem a natureza, sabem que fazem parte dela e isso justifica os sacrifícios para protegê-la. Cameron aproveita esse lado da história para transmitir sua mensagem sobre o meio ambiente: ela pode ser óbvia e nada sutil, mas ainda assim é bela e faz completo sentido dentro da história. Da mesma forma, o roteiro ainda acha espaço para uma mensagem anti-guerra, inclusive criticando a política belicista norte-americana, como fica claro na frase: “Enfrentaremos o terror com o terror”.
Não obstante acertar em diversos aspectos, o roteiro possui sua gama de problemas, derrapando em certas simplicidades. Além daquelas já citadas, o texto de Cameron é limitado ao tratar tudo como se fosse preto e branco: os mocinhos e os vilões são bem definidos e, para piorar, estes últimos são tratados de forma unidimensional, sem qualquer espécie de desenvolvimento. Ao mesmo tempo, alguns dos diálogos pecam pela superficialidade, enquanto a história apela mais vezes do que necessário para situações deus ex machina, nas quais os personagens são salvos de última hora por alguma intervenção.
São falhas como essa que deixam Avatar um pouco abaixo da posição que poderia ocupar na história do cinema. Ainda assim, é um grande filme, uma obra de incrível imaginação, cujas três horas passam a uma velocidade incrível. A riqueza nos detalhes e a grandiosidade da história são tamanhas que praticamente todas as cenas têm sua razão de existir. Assim como Titanic, Avatar possui alma e é realizado com tanta paixão que os problemas tornam-se pequenos perto do que é oferecido. Uma conquista magnífica e uma experiência visual e sensorial única, daquelas que apenas o cinema é capaz de proporcionar.
Nota: 8.0
De James Cameron. Com Sam Worthington, Zoe Saldana, Sigourney Weaver, Stephen Lang, Michelle Rodriguez e Giovanni Ribisi.
O ano era 2007. Após muitos meses de turbulenta produção, James Cameron finalmente se preparava para lançar o seu trabalho mais ambicioso. À época, contava-se que Titanic era o filme mais caro de todos os tempos e que jamais alcançaria nas bilheterias o retorno do investimento. Muitos imaginavam um desastre total e manchetes óbvias já eram criadas associando a palavra “naufrágio” ao – supunha-se – pífio desempenho da produção. Como hoje se sabe, a grande maioria estava enganada e Titanic fez história.
Ao longo dos anos, tornou-se possível analisar Titanic de forma mais distante, longe de todo o hype. Indiscutivelmente, a história do amor de Jack e Kate em meio ao naufrágio mais famoso de todos os tempos ganhou seus detratores, muitos deles apenas receosos de aplaudir um sucesso dessa escala. Titanic, porém, é um grande filme. Com problemas, sim, como momentos piegas e roteiro por vezes superficial, mas um filme que leva o espectador a uma viagem fantástica e a uma experiência única.
Pois Avatar, de certa forma, é como Titanic. Mais uma vez, a expectativa pelo produto final era alta. Mesmo que o material liberado até então não empolgasse, Cameron dizia se tratar de uma obra revolucionária, que poderia modificar o cinema daqui para a frente. Como há doze anos, muitos já asseguravam o fracasso do filme. Avatar, porém, para resumir em apenas uma palavra, é deslumbrante. Assim como Titanic, tem problemas narrativos típicos do cinema de Cameron, mas é uma obra incrível e empolgante, com grandiosidade poucas vezes igualada.
A história de Avatar se passa no futuro e leva o espectador a um planeta chamado Pandora, onde os humanos estabeleceram pequenas bases militares com o objetivo de obter um valioso minério encontrado apenas naquele solo. É lá que desce Jake Sully, militar preso a uma cadeira de rodas. Sully vai fazer parte do chamado programa Avatar, que o permite assumir o corpo de um Na’Vi, espécie habitante do local, para conhecer um pouco mais sobre os nativos. Aos poucos, Sully vai entrando em contato com a cultura e se identificando com aquele povo, ao mesmo tempo em que se apaixona por uma delas. Mas quando os militares declaram guerra aos Na’Vi, Sully precisa decidir o lado no qual quer lutar.
Muito se falou, ainda antes do lançamento, sobre a revolução tecnológica que Avatar iria causar. É difícil, no entanto, mesmo após assistir ao filme, mensurar o impacto que ele terá em produções futuras. Essa é uma daquelas afirmações que somente o tempo pode fazer. Revolucionário ou não, é inegável que se trata de uma imensa conquista e um filme espetacularmente bem feito. O CGI e a captura de performance atingem outro nível com Avatar, em um avanço nítido e claro até mesmo a olhares menos acostumados. Essa conquista fica muito clara quando se vê os personagens em tela: a fluidez de movimentos e as expressões faciais são absolutamente impecáveis. Cameron conseguiu, inclusive, eliminar os olhares vazios das criaturas, maior problema da tecnologia até hoje – pela primeira vez no cinema, os olhos de personagens gerados por computador parecem ter vida.
Ainda que este seja o feito técnico mais significativo, é impossível não se maravilhar com o mundo que Cameron e sua equipe criaram a partir do zero. Pandora é um planeta construído de forma complexa, com fauna, flora e mitologia bem desenvolvidos, em um louvável exercício de criatividade e imaginação por parte do cineasta. Desde a floresta luminescente, passando pelos “insetos helicópteros” e chegando até as fenomenais montanhas flutuantes, Pandora surge na tela com uma riqueza absoluta de detalhes, fazendo este novo mundo realmente ganhar vida. Mais do que isso, o lado técnico da produção faz o planeta vibrar com cores e formas que realmente justificam a frase-clichê sobre “levar o espectador a outro mundo”.
E James Cameron aproveita tudo isso para fazer de Avatar um grande filme. Ainda que o roteiro não alcance o nível do restante, o diretor, responsável por alguns dos momentos mais icônicos do cinema nos últimos trinta anos, constrói cenas realmente capazes de tirar o fôlego da plateia, pela combinação da beleza visual com o aspecto poético das composições. São momentos como o de Neytiri hesitando atirar ao perceber a presença de um espírito livre ou a união entre ela e Jake em meio aos cipós brilhosos. A mais bela cena de Avatar, porém, na qual Cameron consegue realmente atingir a magia rara e única do cinema, é aquela com Neytiri segurando Jake em forma humana em seu colo: é o momento catártico e mais emocionante de todo o filme, no qual os dois personagens – e, por consequência, a plateia – compreendem a ligação existente entre eles. Simplesmente arrebatador.
Cameron, aliás, acerta também na forma como utiliza o 3D (por sinal, as legendas funcionam muito bem e deixam dúvida sobre os motivos que levaram à demora para se fazer isso aqui no Brasil). Sim, Avatar é visualmente espetacular e deve ser visto na terceira dimensão para uma experiência ainda mais completa, porém o cineasta não faz uso do recurso como um fim por si só. Não há momentos gratuitos: quem espera mãos “saindo” da tela ou objetos sendo “jogados” em direção ao espectador vai ficar decepcionado. Em Avatar, o 3D não serve para mascarar um filme sem ideias ou qualquer valor cinematográfico, mas como forma de tornar Pandora um mundo mais real e, assim, realçar o alcance da história e da jornada dos personagens.
Falando nisso, a trama de Avatar, apesar de ser o elo mais fraco do filme, oferece o subsídio necessário para que o filme atinja os objetivos propostos. O enredo não prima pela originalidade, seguindo uma estrutura já vista em diversas outras obras, como Dança com Lobos e O Último Samurai, pelo caminho percorrido pelo herói, e Matrix e Substitutos, no que concerne o programa Avatar. As semelhanças com o filme de Kevin Costner, porém, são mais gritantes, uma vez que os Na’Vi são retratados como uma espécie de indígenas: utilizam arco e flecha, não vivem em grandes construções e possuem forte ligação com a sua terra. Quando bem utilizado, como em Dança com Lobos e aqui, este conceito batido acaba fisgando o espectador: difícil não simpatizar com a jornada de um personagem que cresce ao se sentir parte de outro povo e outro lugar, decidindo lutar por tudo aquilo que acredita ser correto, mesmo contra suas próprias origens.
E essa é a trajetória de Jake Sully, o protagonista de Avatar. Quando o filme tem início, Sully é um ex-soldado paraplégico, que aproveita a oportunidade do programa Avatar para se sentir útil novamente. Esta, aliás, é mais uma excelente ideia de Cameron, que acaba por dar outra dimensão à história. A primeira vez que assume a pele de um Na’Vi, por exemplo, é interessantíssima: Sully se sente praticamente embriagado com a possibilidade de correr e sentir novamente as suas pernas que acaba indo contra as recomendações dos responsáveis pelo programa. Ao longo da projeção, a plateia acompanha a transformação sofrida pelo personagem, que começa a fazer parte daquele povo, em uma jornada construída de maneira eficaz, gradual, fazendo com que a mudança de Sully se torne crível ao espectador.
O mesmo vale para o desenvolvimento da relação entre Sully e Neytiri. Por vezes, ela parece apressada, como se pulasse etapas. No entanto, o romance entre os protagonistas funciona em termos gerais e a plateia não somente acredita nesse relacionamento como também torce por ele, o que é fundamental para que as cenas de batalha cresçam em termos de tensão e emoção. Alguns dos momentos nos quais os dois dividem a tela são belíssimos, colaborando para superar os deslizes do roteiro e da narrativa de Cameron.
Enquanto isso, o cineasta acerta na mosca ao construir a mitologia dos Na’Vi. Seres fascinantes desde a sua compleição física, Cameron os apresenta como um povo extremamente unido e espiritualizado, cuja relação com a natureza e o mundo que os cerca é íntima – o que pode ser percebido pela ótima ideia da “ligação” entre eles e os animais. Os Na’Vi sentem a natureza, sabem que fazem parte dela e isso justifica os sacrifícios para protegê-la. Cameron aproveita esse lado da história para transmitir sua mensagem sobre o meio ambiente: ela pode ser óbvia e nada sutil, mas ainda assim é bela e faz completo sentido dentro da história. Da mesma forma, o roteiro ainda acha espaço para uma mensagem anti-guerra, inclusive criticando a política belicista norte-americana, como fica claro na frase: “Enfrentaremos o terror com o terror”.
Não obstante acertar em diversos aspectos, o roteiro possui sua gama de problemas, derrapando em certas simplicidades. Além daquelas já citadas, o texto de Cameron é limitado ao tratar tudo como se fosse preto e branco: os mocinhos e os vilões são bem definidos e, para piorar, estes últimos são tratados de forma unidimensional, sem qualquer espécie de desenvolvimento. Ao mesmo tempo, alguns dos diálogos pecam pela superficialidade, enquanto a história apela mais vezes do que necessário para situações deus ex machina, nas quais os personagens são salvos de última hora por alguma intervenção.
São falhas como essa que deixam Avatar um pouco abaixo da posição que poderia ocupar na história do cinema. Ainda assim, é um grande filme, uma obra de incrível imaginação, cujas três horas passam a uma velocidade incrível. A riqueza nos detalhes e a grandiosidade da história são tamanhas que praticamente todas as cenas têm sua razão de existir. Assim como Titanic, Avatar possui alma e é realizado com tanta paixão que os problemas tornam-se pequenos perto do que é oferecido. Uma conquista magnífica e uma experiência visual e sensorial única, daquelas que apenas o cinema é capaz de proporcionar.
Nota: 8.0