DESAFIO NO GELO (MIRACLE) – EUA, 2004 *** ½
De Gavin O’Connor. Com Kurt Russell, Patricia Clarkson, Noah Emmerich, Eddie Cahill, Patrick O’Brien Demsey e Michael Mantenuto.
Drama completamente clichê, mas bastante eficiente. É a trama dos desacreditados que se tornam campeões, aqui baseado em uma história real. Deixando de lado o patriotismo americano que triunfa sobre o comunismo da seleção russa e a trama previsível, Desafio no Gelo é divertido, com boa interpretação de Russell como o treinador e ótimas reconstituições das partidas.
A PANTERA COR-DE-ROSA (THE PINK PANTHER) – EUA, 2006 ****
De Shawn Levy. Com Steve Martin, Jean Reno, Beyoncé Knowles, Kevin Kline, Emily Mortimer, Henry Czerny e Jason Statham.
Injustamente menosprezada pela crítica, a refilmagem de A Pantera Cor-de-Rosa é suficientemente engraçada para merecer uma olhada. Martin apenas repete os trejeitos criados por Peter Sellers para o impagável Clouseau, mas o personagem continua arrancando boas risadas. Há momentos simplesmente hilários e sacadas criativas, além da hipnotizante presença de Beyoncé.
O SENHOR DAS MOSCAS (LORD OF THE FLIES) – EUA, 1990 ****
De Harry Hook. Com Balthazar Getty, Chris Furrh, Danuel Pipoly e James Badge Dale.
A direção amadora de Harry Hook é o principal problema desta adaptação da obra-prima de William Golding. Algumas das escolhas do cineasta são desnecessárias, prejudicando o ritmo da obra. No entanto, o elenco infantil está bem e o texto de Golding (um impressionante relato sobre os instintos e a natureza humana) consegue superar qualquer problema.
PARENTHOOD – O TIRO QUE NÃO SAIU PELA CULATRA (PARENTHOOD) –EUA, 1989 ****
De Ron Howard. Com Steve Martin, Mary Steenburgen, Dianne Wiest, Keanu Reeves, Jason Robards, Tom Hulce, Rick Moranis, Martha plimpton e Joaquin Phoenix.
Um belo e pouco conhecido trabalho de Ron Howard, Parenthood traz diversas visões sobre o relacionamento entre pais e filhos. Ainda que a mão do diretor tenha uma acentuada tendência para o melodrama, o roteiro e o elenco são bons o suficiente para criar momentos realmente tocantes, além de provocarem uma boa reflexão sobre as dificuldades – e prazeres – da paternidade.
CLOSER – PERTO DEMAIS (CLOSER) – EUA, 2004 **** ½
De Mike Nichols. Com Jude Law, Natalie Portman, Julia Roberts e Clive Owen.
Closer tem um dos melhores roteiros dos últimos anos. A história dos quatro amantes se destaca pela abordagem, com um amantes usando nada mais que a verdade para machucar o outro. Os diálogos são simplesmente fantásticos, com os quatro atores aproveitando-se da riqueza do material para criar personagens complexos e situações devastadoras. Some-se a isso uma direção elegante de Nichols e temos um dos grandes filmes recentes.
CINCO COVAS NO EGITO (FIVE GRAVES TO CAIRO) – EUA, 1943 ****
De Billy Wilder. Com Franchot Tone, Anne Baxter, Akim Tamiroff, Erich von Stroheim e Peter van Eyck.
Billy Wilder mais uma vez não decepciona, mostrando toda a sua versatilidade nessa história passada na Segunda Guerra. Com ótimos diálogos e situações divertidas e inspiradas, o mestre constrói uma história extremamente agradável de se assistir, ainda que não chegue perto de suas melhores obras. Tone está bem no papel principal, mas o grande destaque é mesmo Stroheim como Rommel.
SERENITY – A LUTA PELO AMANHÃ (SERENITY) – EUA, 2005 *** ½
De Joss Whedon. Com Nathan Fillion, Gina Torres, Alan Tudyk, Morena Baccarin, Adam Baldwin e Summer Glau.
Baseado em uma série de TV, Serenity tornou-se um filme cultuado nos EUA. Em parte justifica-se, pois é uma ficção científica de qualidade, com um grupo de personagens carismático e pelos quais é fácil torcer, além de trazer uma história, no mínimo, interessante. Pena que o diretor e roteirista Whedon acabe derrapando em alguns clichês. Anotem o nome de Nathan Filliion, ainda vai dar o que falar.
CARNE TRÊMULA (CARNE TRÉMULA) – Espanha, 1997 **** ½
De Pedro Almodóvar. Com Javier Bardem, Francesca Néri, Liberto Rabal, Angela Molina, José Sancho, Penélope Cruz e Pilar Bardem.
Primeira da série de obras-primas de um dos melhores cineastas da atualidade. Carne Trêmula é cinema da melhor qualidade, com uma história surpreendente e cheia de reviravoltas que jamais perde o sentido. Os personagens são bem construídos e todos os atores estão irrepreensíveis. Além disso, Almodóvar demonstra maturidade na direção ao conter os excessos e construir belíssimas cenas. Imperdível.
CÃO DE BRIGA (DANNY THE DOG) – EUA/França/Inglaterra, 2005 ***
De Louis Leterrier. Com Jet Li, Morgan Freeman, Bob Hoskins e Kerry Condon.
Cão de Briga tenta dar um novo caminho na carreira de Jet Li, em uma trama com menos ação e mais voltada para o personagem. Mas o ator não tem alcance dramático para um personagem com mais profundidade, fazendo com que as cenas mais íntimas beirem, por vezes, o risível. No entanto, Li mostra a que veio nas cenas de ação. Uma produção ambiciosa, mas que no final acaba funcionando como diversão descompromissada.
MENINA DOS OLHOS (JERSEY GIRL) – EUA, 2004 ** ½
De Kevin Smith. Com Ben Affleck, Liv Tyler, Raquel Castro, Jason Biggs, George Carlin, Jennifer Lopez, Matt Damon e Jason Lee.
O pior filme de Kevin Smith. Não há nada em Menina dos Olhos que mostre o espírito irreverente e a criatividade que fizeram de Smith um diretor tão cultuado. Aqui, tudo é sistemático e previsível, inclusive com derrapadas no melodrama. Nem os diálogos, sempre inspirados, destacam-se e Ben Affleck mostra, mais uma vez, sua inaptidão para papéis mais exigentes. Há um ou outro momento eficiente e presença da adorável Raquel Castro.
HUCKABEES – A VIDA É UMA COMÉDIA (I HEART HUCKABEES) – EUA, 2004 ***
De David O. Russell. Com Jason Schwartzman, Lily Tomlin, Dustin Hoffman, Jude Law, Mark Wahlberg, Naomi Watts e Isabelle Huppert.
Um dos talentos do cinema independente americano, David O. Russell faz em Huckabees seu filme mais ambicioso. Versando sobre temas filosóficos e sobre o verdadeiro sentido da vida, o cineasta reuniu um incrível elenco, que consegue manter o espectador sempre interessado. No entanto, o roteiro é por demais pretensioso, divagando e refletindo sem chegar a lugar algum. Merece méritos pela tentativa, mas o resultado é aquém do promete.
DIÁRIO DE UMA PAIXÃO (THE NOTEBOOK) – EUA, 2004 *****
De Nick Cassavettes. Com Ryan Gosling, Rachel McAdams, James Garner, Gena Rowlands, Sam Shepard e Joan Allen.
Uma das melhores histórias de amor produzidas pelo cinema. Esta obra simplesmente apaixonante consegue superar qualquer problema de previsibilidade ao apresentar personagens fascinantes e momentos repletos de pura emoção. Gosling e McAdams têm uma química perfeita, fazendo o espectador acreditar e se comprazer pelo sentimento do casal. Ótimos diálogos, personagens bem construídos, grandes atuações e direção sensível. Um filme apaixonante.
A PANTERA COR-DE-ROSA (THE PINK PANTHER) – EUA, 1963 ***
De Blake Edwards. Com Peter Sellers, David Niven, Capucino, Robert Wagner e Claudia Cardinale.
A primeira aparição de Closeau nos cinemas sofre por problemas de ritmo, com longas cenas que poderiam facilmente ser cortadas. O detetive é coadjuvante, mas são apenas as suas cenas que fazem de A Pantera Cor-de-Rosa um bom entretenimento. Sellers mostra que é um gênio da comédia, protagonizando situações hilárias que superam as falhas da obra.
UM TIRO NO ESCURO (A SHOT IN THE DARK) – EUA, 1964 ****
De Blake Edwards. Com Peter Sellers, Herbert Lom, George Sanders e Elke Sommer.
Segundo filme da série da Pantera Cor-de-Rosa e incrivelmente superior ao original. Agora Closeau é protagonista, o que resulta em um ritmo melhor e mais piadas. Sellers continua impagável, com um timing cômico absolutamente perfeito. A trama pouco interessa, como se nota ao final. O que vale são as situações criadas por Sellers e Edwards, que fazem de Um Tiro no Escuro uma grande comédia.
O EXPRESSO POLAR (THE POLAR EXPRESS) – EUA, 2004 *** ½
De Robert Zemeckis. Com Tom Hanks, Nona Gaye, Peter Scolari e Eddie Deezen.
Robert Zemeckis envereda pelo ramo da animação com este agradável filme de Natal. Em questões de história, a obra não tem nada de novo, trazendo a lição de que o Natal é uma época mágica para quem acredita. No entanto, a técnica de animação é deslumbrante e Zemeckis é talentoso o suficiente para criar momentos inspiradores.