MINHA SUPER EX-NAMORADA (MY SUPER EX-GIRLFRIEND) – EUA, 2006
**
De Ivan Reitman. Com Uma Thurman, Luke Wilson, Anna Faris, Rainn Wilson e Wanda Sykes.
A idéia principal não deixa de ser um bom ponto de partida para uma comédia, mas Reitman não consegue aproveitá-la. Além da falta de química entre Thurman e Wilson, as piadas são fracas e mal apresentadas ao público. Resta a sempre boa presença da atriz e uma ou outra cena ocasional.
HOMEM-ARANHA 3 (SPIDER-MAN 3) – EUA, 2007
***
De Sam Raimi. Com Tobey Maguire, Kirsten Dunst, James Franco, Topher Grace, Bryce Dallas Howard, James Cromwell, J. K. Simmons e Thomas Haden Church.
Em função da grande expectativa que o cercava, Homem-Aranha 3 não deixa de ser uma decepção. Raimi talvez tenha deixado o ego falar mais alto ao cometer uma série de erros desnecessários, como o excesso de tramas e personagens, diluindo o foco do filme. Da mesma forma, algumas opções são excessivamente infantis, como o “bad boy Parker”. Ainda assim, é um bom entretenimento, com ótimas cenas de ação e efeitos especiais, além de continuar ganhando pontos ao priorizar o lado humano do herói. Não é um filme ruim, mas é o mais fraco da série.
CURTINDO A VIDA ADOIDADO (FERRIS BUELLER’S DAY OFF) – EUA, 1986
****1/2
De John Hughes. Com Matthew Broderick, Alan Ruck, Mia Sara, Jeffrey Jones, Jennifer Grey e Charlie Sheen.
Clássico absoluto dos anos 80, Curtindo a Vida Adoidado é uma bíblia para adolescentes de todas as idades. Ferris Bueller é um dos grandes ícones do cinema, carregando a platéia em um dia de ensinamentos sobre como aproveitar a vida. Tudo contado de forma extremamente divertida por John Hughes, com cenas memoráveis e elenco impecável. Após mais de vinte anos, ainda não envelheceu nada.
PERFUME – A HISTÓRIA DE UM ASSASSINO (PERFUME – THE STORY OF A MURDERER) – Alemanha/França/Espanha, 2006
**1/2
De Tom Tykwer. Com Ben Whishaw, Dustin Hoffman, Alan Rickman e Rachel Hurd-Wood.
Apesar do apurado apelo visual e de algumas ótimas cenas, Perfume acaba se tornando um filme tedioso ao exceder-se numa história que não precisava de tanto tempo para ser contada. Falta energia ao filme, que parece engrenar apenas quando Dustin Hoffman entra em cena. É uma história interessante, mas sem ritmo e com alguns problemas de roteiro, sem contar com o final inusitado, que apenas choca e nada acrescenta à trama.
HAPPY FEET – O PINGÜIM (HAPPY FEET) – Austrália/EUA, 2006
**1/2
De George Miller. Com as vozes de Elijah Wood, Robin Williams, Nicole Kidman, Hugh Jackman, Brittany Murphy, Hugo Weaving e Anthony LaPaglia.
Happy Feet tem seus momentos, mas também é mais longo do que o necessário. A história do pingüim dançarino segue por caminhos previsíveis, mas consegue tornar-se adorável aos olhos e aos ouvidos. No entanto, Miller parece em dúvida de como acabar seu filme, que se estende e ainda oferece uma mistura entre realidade e animação que mais estranha do que impressiona.
UM BOM ANO (A GOOD YEAR) – EUA, 2006
***
De Ridley Scott. Com Russell Crowe, Albert Finney, Freddie Highmore e Marion Cotillard.
Filme menor de Ridley Scott, acostumado a épicos e orçamentos milionários. Talvez por isso o cineasta se mostre pouco à vontade na obra, demorando a achar o tom certo, oscilando entre a comédia e o drama sem muita desenvoltura. Mas, aos poucos Um Bom Ano acha seu rumo e Russell Crowe se solta mais no papel, que conta com boas cenas e a ótima presença de Albert Finney. Uma produção simpática, porém sem nada de especial.
FILHOS DA ESPERANÇA (CHILDREN OF MEN) – EUA, 2006
****1/2
De Alfonso Cuarón. Com Clive Owen, Julianne Moore, Michael Caine, Chiwetel Ejiofor e Claire-Hope Ashitey.
Indiscutivelmente, um dos grandes filmes de 2006. Alfonso Cuarón entrega aqui o melhor trabalho de direção do ano passado, com um primor técnico irrepreensível, construindo cenas complexas e de tirar o fôlego. Além disso, a construção do mundo futurista é exemplar e capturado com perfeição pela câmera inquieta do cineasta. Como se não bastasse, o roteiro é poderoso e inteligente, sem jamais ceder a clichês. Uma obra fascinante e perturbadora, que tem como único ponto fraco a falta de envolvimento entre personagens e o espectador.
HAPPY, TEXAS – EUA, 1999
**1/2
De Mark Illsley. Com Jeremy Northam, Steve Zahn, William H. Macy, Ally Walker e Illeana Douglas.
Apesar de ter conquistador uma boa reputação quando na época de seu lançamento, Happy, Texas é uma comédia bastante irregular e sem ritmo. Na realidade, o filme só ganha um pouco de energia quando Steve Zahn entra em cena, apesar de William H. Macy estar ótimo como sempre. Mas a mistura entre o cômico e o drama é artificial e o romance principal não convence.
A PEQUENA JERUSALÉM (LA PETITE JERUSALEM) – França, 2005
***
De Karin Albou. Com Fanny Valette, Elsa Zylberstein, Bruno Todeschini e Hédi Tilette de Clermont-Torrene.
Há um bom filme escondido dentro de A Grande Jerusalém. É uma pena que falte objetivo a Karin Albou, que não encontra uma história principal e dilui a força dos personagens e da trama. A obra consegue boas interpretações e toca em pontos interessantes, mas jamais desenvolve-os, deixando a sensação de ter ficado pelo meio do caminho.
CLUBE DA LUA (LUNA DE AVELLANEDA) – Argentina, 2004
****1/2
De Juan José Campanella. Com Ricardo Darín, Eduardo Blanco, Mercedes Morán, Valeria Bertuccelli e Silvia Kutika.
Mais um exercício praticamente irrepreensível do argentino Juan José Campanella. Após os ótimos O Mesmo Amor, A Mesma Chuva e O Filho da Noiva, o cineasta coloca seu nome de vez entre os melhores da atualidade com esta brilhante mistura de drama e comédia, com personagens realistas e uma trama impecavelmente construída. Há análises sociais, personagens adoráveis, diálogos espirituosos, momentos emocionantes e nada de resvalos em clichês. Um grande exemplar do cinema latino-americano.
O QUE TERÁ ACONTECIDO A BABY JANE? (WHAT EVER HAPPENED TO BAB JANE?) – EUA, 1962
****1/2
De Robert Aldrich. Com Bette Davis, Joan Crawford, Victor Buono e Wesley Addy.
Um grande clássico do suspense, esta obra de Robert Aldrich é uma aula de como construir tensão sem apelar para violência. Dando ênfase ao lado psicológico dos personagens, o diretor cria uma fascinante e perturbadora jornada à mente de uma mulher insana. Tudo isso apoiado nas belas interpretações das protagonistas, em especial no show de Bette Davis. Belíssimo filme.
O CÉU DE SUELY – Brasil, 2006
***1/2
De Karim Ainouz. Com Hermila Guedes, Maria Menezes, Zezita Matos, João Miguel e Georgina Castro.
O grande trunfo de O Céu de Suely é a naturalidade dos atores, que leva o filme a um realismo impressionante. Ainouz trabalha a narrativa sem pressa, apresentando um cenário pobre que faz parte das ações da protagonista. Um filme honesto, contundente e poético, ainda que um pouco arrastado.
IDIOCRACY - EUA, 2006
**
De Mike Judge. Com Luke Wilson, Maya Rudolph, Dax Shepard, David Herman e Justin Long.
Idiocracy é um filme de uma idéia só. Se o ponto de partida é excelente (homem mediano que é transportado a um futuro idiotizado, onde ele é a pessoa mais inteligente do planeta), o mesmo não pode ser dito do aproveitamento da história. Sobram cenas idiotas, diálogos estúpidos e potencial desperdiçado, inclusive em relação ao talento cômico de Wilson.
MANDERLAY – Dinamarca, 2005
****1/2
De Lars Von Trier. Com Bryce Dallas Howard, Danny Glover, Willem Dafoe, Isaach de Bankolé, Lauren Baccall, Chloe Sévigny e John Hurt.
Continuação do excelente Dogville, Manderlay segue as mesmas regras do filme original para contar uma história relacionada à escravidão. O fato de não possuir cenários faz com que a narrativa ganhe força e a imaginação do espectador seja posta para funcionar, mesmo recurso utilizado em Dogville. Além disso, a trama é bem construída, com surpresas e diálogos complexos – inclusive com reflexões pontuais sobre racismo e preconceito – e as atuações de alto nível. Não é um filme para agradar multidões, mas tem poder e algo a dizer.
PIRATAS DO CARIBE NO FIM DO MUNDO (PIRATES OF THE CARIBBEAN: AT WORLD’S END) – EUA, 2007
**1/2
De Gore Verbinski. Com Johnny Depp, Orlando Bloom, Keira Knightley, Geoffrey Rush, Chow Yun-Fat, Bill Nighy, Jack Davenport, Jonathan Pryce e Stellan Skarsgaard.
É o filme mais fraco de uma trilogia que já não tinha muito a oferecer. Como nas obras anteriores, o destaque fica por conta de Jack Sparrow, interpretado de maneira brilhantemente afetada por Johnny Depp. De resto, sobra uma trama enrolada e confusa, com algumas boas cenas ocasionais. O filme, na realidade, só decola na batalha final, empolgante e divertida. Vai fazer milhões, mas é extremamente falho.