Péssimas notícias.
Estou triste. Devo ler jornais com assiduidade há aproximadamente uns dez anos e acho é a primeira vez que leio uma manchete como a de hoje. Dizia a primeira página do periódico: “Governo reduz impostos”. Sim. Governo. Reduz. Impostos. Para quem acreditava impossível estas três palavras se unirem em uma mesma sentença, especialmente nessa ordem, finalmente chegou o dia.
O que vamos falar agora? Eu, os escritores de verdade, os reclamões de plantão. Como iremos criticar essa notícia? Antes, acreditávamos nos jornais. Era possível confiar neles. Abríamos suas páginas e a indignação era certa. Senadores gastando dinheiro do povo para sustentar amantes, banqueiros desviando milhões, deputados dançando ao ver colegas absolvidos. Era rotineiro. Era garantido. Era a nossa fonte diária para falar mal dos mandatários.
Pois então leio a notícia que os engravatados vão reduzir IOF, IPI e, com isso, liberar algo em torno de 8,4 bilhões de reais para serem gastos em consumo. Simplesmente toda e qualquer possibilidade de reclamação cai por terra. Tudo bem, claro que eles só tomaram tal atitude para salvar a si mesmos. Nada mais é do que um reflexo da crise para que toda a economia não seja arruinada. Se tudo estivesse bem, para eles, diminuir nossos impostos nem passaria pela cabeça.
Mas, seja qual for o motivo, a verdade é que isso foi feito. E estou furioso. Onde já se viu políticos atenderem as reivindicações e expectativas do povo? Sinto saudade dos momentos áureos em que podíamos criticar sem sentir qualquer parcela de culpa. Fazíamos com a consciência tranqüila. Era quase uma parceria. Um acordo tácito. Eles roubavam lá, a gente cutucava aqui. Onde foi parar essa honra? Será que precisaremos colocar por escrito esse contrato?
Torço para que isso seja uma notícia isolada. Somente hoje. A partir de amanhã, quero escândalos, quero falcatruas. Quero políticos explorando o povo, fazendo de tudo para permanecer no poder. Quero meus direitos pisoteados. Quero a volta das notícias que dão assunto. Se continuarem publicando coisas boas, não teremos mais o que falar. O assunto das rodas de boteco será somente futebol e mulher, nada de política. Eu não quero uma vida assim.
Estou muito, muito triste.
O que vamos falar agora? Eu, os escritores de verdade, os reclamões de plantão. Como iremos criticar essa notícia? Antes, acreditávamos nos jornais. Era possível confiar neles. Abríamos suas páginas e a indignação era certa. Senadores gastando dinheiro do povo para sustentar amantes, banqueiros desviando milhões, deputados dançando ao ver colegas absolvidos. Era rotineiro. Era garantido. Era a nossa fonte diária para falar mal dos mandatários.
Pois então leio a notícia que os engravatados vão reduzir IOF, IPI e, com isso, liberar algo em torno de 8,4 bilhões de reais para serem gastos em consumo. Simplesmente toda e qualquer possibilidade de reclamação cai por terra. Tudo bem, claro que eles só tomaram tal atitude para salvar a si mesmos. Nada mais é do que um reflexo da crise para que toda a economia não seja arruinada. Se tudo estivesse bem, para eles, diminuir nossos impostos nem passaria pela cabeça.
Mas, seja qual for o motivo, a verdade é que isso foi feito. E estou furioso. Onde já se viu políticos atenderem as reivindicações e expectativas do povo? Sinto saudade dos momentos áureos em que podíamos criticar sem sentir qualquer parcela de culpa. Fazíamos com a consciência tranqüila. Era quase uma parceria. Um acordo tácito. Eles roubavam lá, a gente cutucava aqui. Onde foi parar essa honra? Será que precisaremos colocar por escrito esse contrato?
Torço para que isso seja uma notícia isolada. Somente hoje. A partir de amanhã, quero escândalos, quero falcatruas. Quero políticos explorando o povo, fazendo de tudo para permanecer no poder. Quero meus direitos pisoteados. Quero a volta das notícias que dão assunto. Se continuarem publicando coisas boas, não teremos mais o que falar. O assunto das rodas de boteco será somente futebol e mulher, nada de política. Eu não quero uma vida assim.
Estou muito, muito triste.