JUNO

Acessem http://www.cineplayers.com/critica.php?id=1258 e confiram minha crítica de Juno, sucesso-surpresa nos Estados Unidos e vencedor do Oscar de melhor roteiro no último domingo.
Apenas uma maneira de despejar em algum lugar todas aquelas palavras que teimam em continuar saindo de mim diariamente.
Um gaúcho pacato, bem-humorado e que curte escrever algumas bobagens e algumas coisas sérias de vez em quando. Devorador voraz de livros e cinéfilo assumido. O resto não interessa, ao menos por enquanto.



O ano começou muito bem para o cinema. Em menos de dois meses, o espectador brasileiro já pôde acompanhar uma série de filmes capazes de figurar em listas de melhores do ano, como O Caçador de Pipas, Desejo e Reparação e Onde os Fracos Não Têm Vez. Pois O Gângster é mais um deles. Dirigido por Ridley Scott, o filme é um épico grandioso sobre o crime, uma saga que acompanha o duelo entre dois homens em lados opostos da lei. De certa forma, é semelhante a Fogo Contra Fogo, conquanto inferior ao trabalho de Michael Mann. O que não tira os méritos de O Gângster. A obra de Scott, escrita por Steven Zaillian (responsável por A Lista de Schindler) consegue apresentar um personagem fascinante e construir uma narrativa clássica e eficiente, pontuada por cenas bem-construídas e ótimas atuações. A intenção de Scott é desenvolver a história como duas tramas paralelas que acabam se cruzando quando as vidas dos protagonistas convergem. É uma abordagem que resulta em um filme desenvolvido com cuidado, dando espaço para que o espectador conheça mais os personagens. Assim, quando o detetive Richie Roberts começa a perseguir o traficante Frank Lucas, a platéia conhece os dois, o que dá maior dimensão à caçada. Ainda assim, a história do criminoso é infinitamente mais interessante que a do policial, o que tira alguns pontos do filme. Lucas é um personagem complexo, cruel e frio quando necessário, mas que freqüenta a missa e ama a família. Denzel Washington captura com perfeição essa dualidade, fazendo o espectador gostar e temer Lucas ao mesmo tempo. Por outro lado, Roberts tem uma vida bagunçada e o roteiro pouco faz para deixá-la mais clara ao espectador. Russel Crowe está ótimo como sempre no papel, mas a vida de seu personagem é menos interessante que a de Lucas. Ainda assim, O Gângster jamais perde o ritmo. São duas horas e meia de projeção com o espectador completamente imerso na trama, sem a menor vontade de olhar para o relógio. Algumas cenas são fabulosas, como o momento da prisão de Lucas, e os diálogos são ótimos (“Ou você é rico e tem inimigos, ou é pobre e tem amigos”), sempre conduzidos sem afetações por Scott. Um belíssimo filme, prejudicado somente pelo fato da história de Roberts ser mais insípida que a de Lucas e pela da clara tentativa de Scott em fazer a platéia acreditar que o traficante é um cara bonzinho ao final.
"Curto, Cloverfield nada mais é do que uma experiência divertida e diferente ao que se está acostumado a ver no Cinema. É irregular em alguns momentos e perde um pouco de seu potencial por trazer um recurso já visto antes, mas consegue segurar a atenção durante toda sua projeção."
