Então, pessoas, vamos lá. Depois de dois anos seguidos fazendo só uma lista rápida daqueles que considerei os melhores filmes do ano, dessa vez consegui montar um balanço mais elaborado e completo sobre o que passou nos cinemas brasileiros em 2008. Lembrando, claro, que não sou uma máquina e assistir filmes não é a única coisa que faço na vida, portanto, não consegui assistir diversos filmes lançados aqui. Então, como consequência (sem trema), o que coloco aqui abaixo é uma análise de tudo o que consegui ver que foi lançado nos cinemas brasileiros em 2008.
Antes de entrar nas listas, um comentário rápido: na minha opinião, esse foi o melhor ano do cinema em um bom tempo, com no mínimo cinco filmes que podem ser considerados obras-primas.
Divirtam-se e comentem abaixo.
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Top 10 – Os melhores filmes lançados nos cinemas do Brasil
10) O Caçador de Pipas (The Kite Runner) – EUA, 2007
O diretor Marc Forster realizou uma fiel e bonita adaptação do grande sucesso de Khaled Hosseini. O filme, sem grandes ousadias, adota uma narrativa clássica e se sustenta pela força da história e dos personagens. De forma madura, a obra trata sobre sentimentos como culpa e amizade, contando com ótimas atuações e um olhar respeitoso e bem-vindo sobre os problemas do Oriente.
9) [REC] – Espanha, 2007
Esta produção espanhola, que segue a técnica empregada em A Bruxa de Blair, apresenta atuações naturais e uma tensão muito bem construída pelos diretores Jaume Balagueró e Paco Plaza. Os cineastas deixam muito do medo a cargo da imaginação da platéia e realmente surpreendem nos sustos. Os quinze minutos finais são simplesmente aterrorizantes. Um prato cheio para os fãs do terror bem realizado.
8) Apenas uma Vez (Once) – Irlanda, 2006
Delicado e sensível, Apenas Uma Vez captura de forma mágica a aproximação entre um músico irlandês e uma imigrante tcheca através da música, realmente trazendo o espectador para o coração dos personagens. Além disso, a trilha é marcante e o roteiro evita os clichês. O resultado é uma declaração sobre o poder da música e sobre as dificuldades do amor.
7) Desejo e Reparação (Atonement) – Inglaterra/França, 2007
A princípio um simples filme de época, Desejo e Reparação, pouco a pouco, vai se revelando uma obra extremamente ousada. O diretor Joe Wright foge do comum ao brincar com a própria linguagem do cinema de maneira magistral, ao mesmo tempo em que demonstra grande domínio técnico. As interpretações são ótimas e o roteiro, baseado em uma obra literária, mexe de forma inteligente com as percepções da platéia.
6) Na Natureza Selvagem (Into the Wild) – EUA, 2007
O grande apelo de Na Natureza Selvagem é o fato do personagem principal partir em busca de um sonho com o qual todos podemos nos identificar. Alicerçado em uma atuação talentosa de Emile Hirsch, o diretor e roteirista Sean Penn constrói um belo filme, repleto de grandes imagens e personagens bem desenvolvidos, mesmo aqueles com pouco tempo em tela. Uma obra riquíssima e inspiradora.
5) O Orfanato (El Orfanato) – Espanha/México, 2007
Essa produção de Guillermo del Toro é um exemplo de como realizar um filme de terror. O diretor Juan Antonio Bayona e o roteirista de Sergio Sanchez acertam ao desenvolver os personagens, construindo a relação entre estes e a platéia. Assim, as cenas mais tensas – dirigidas de forma impecável por Bayona – realmente geram nervosismo no espectador. De quebra, O Orfanato tem um final belíssimo e perfeito à história.
4) Onde os Fracos Não têm Vez (No Country For Old Men) – EUA, 2007
O filme que consagrou de vez os irmãos Coen é uma obra densa, que exige a interpretação do espectador para ser completamente apreciada. As atuações são perfeitas (destaque para o psicótico Javier Bardem) e a direção é segura, mas são as sutilezas do roteiro na reflexão sobre o mal que fazem de Onde os Fracos Não Têm Vez um grande filme, digno de todas as premiações que recebeu.
3) WALL-E – EUA, 2008
Novamente, uma animação da Pixar figura na lista dos melhores do ano. Wall-E é engraçado, tocante e mágico, com algumas cenas que capturam o que existe de melhor no cinema. Boa parte do filme é sem diálogos, uma ousadia do diretor Andrew Stanton. A relação entre o carismático protagonista e sua namorada é sensível e o roteiro ainda realiza críticas bem pontuadas sobre nossa sociedade. Impossível não se emocionar.
2) Batman - O Cavaleiro das Trevas (The Dark Knight) - EUA, 2008
A nova aventura do homem-morcego supera a definição de filme de super-herói para se tornar uma grandiosa saga sobre o crime aos moldes de Fogo Contra Fogo. Sombrio e reflexivo sobre a natureza do ser humano, Batman – O Cavaleiro das Trevas apresenta um enredo ambicioso e personagens bem construídos, como o protagonista atormentado e o fascinante Coringa, interpretado com maestria por Heath Ledger.
1) Sangue Negro (There Will Be Blood) - EUA, 2007
Contando com uma atuação primorosa de Daniel Day-Lewis, Sangue Negro é mais uma obra-prima de Paul Thomas Anderson. Tecnicamente impecável e narrativamente corajoso, o filme é profundo, ousado e ambicioso ao contar a história de um homem rumo à sua própria perdição. Mais do que um filme impecável, Sangue Negro é a história do Cinema sendo feita diante de nossos olhos.
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Menções Honrosas – Filmes que quase entraram na lista dos melhores
O Gângster (American Gangster) – EUA, 2007
Trovão Tropical (Tropic Thunder) – EUA, 2008
Hellboy II - O Exército Dourado (Hellboy II – The Golden Army) – EUA, 2008
Ensaio sobre a Cegueira (Blindness) – Brasil/Canadá/Japão, 2008
Juno – EUA, 2007
Marley e Eu (Marley & Me) – EUA, 2008
Speed Racer – EUA, 2008
Senhores do Crime (Eastern Promises) – Canadá/EUA/Inglaterra, 2007
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Bottom 10 – Os piores filmes lançados nos cinemas do Brasil
10) A Múmia: Tumba do Imperador Dragão (The Mummy: Tomb of the Dragon Emperor) – Alemanha/Canadá/EUA, 2008
Seqüência totalmente desnecessária para a série de sucesso, que não chega nem aos pés do divertido filme original. Aqui, todas as piadas e situações soam forçadas e sem graça, enquanto Maria Bello não consegue preencher o lugar deixado por Rachel Weisz. Além disso, Rob Cohen não constrói uma única cena empolgante, usando e abusando de efeitos especiais nem sempre convincentes.
9) Star Wars: The Clone Wars – EUA, 2008
Pouco se esperava desse filme, mas ainda assim é uma decepção. Em primeiro lugar, Star Wars: The Clone Wars nada acrescenta à série, sendo totalmente dispensável. Em seguida, o roteiro não ambiciona algo mais além de funcionar como mera desculpa para cenas de batalha. O problema é que estes momentos também são fracos, prejudicados ainda pela animação sem recursos. Nem os fãs gostaram, o que já é um terrível sinal.
8) 10.000 a.C. – EUA, 2008
Se antes Roland Emmerich ainda conseguia fazer filmes idiotas, mas divertidos, agora eles ficam só na primeira definição. Sua mais nova atrocidade é esse absurdo fantasiado de épico, que apresenta personagens sem qualquer apelo e uma história que nem ao menos busca alcançar qualquer lógica. Um batalhão de efeitos especiais tenta mascarar o conteúdo vazio, mas 10.000 a.C. nada mais é do que um filme a ser esquecido.
7) As Duas Faces da Lei (Righteous Kill) – EUA, 2008
Dói colocar um filme protagonizado por Al Pacino e Robert De Niro em uma lista de piores, mas não tem como evitar. Os dois veteranos ainda são o que As Duas Faces da Lei oferece de melhor. O resto é uma série de clichês comandada por Jon Avnet a partir de um roteiro que se julga inteligente, mas é mais previsível do que o resultado das eleições venezuelanas. Uma mancha na carreira de Pacino e De Niro.
6) Awake - A Vida por um Fio (Awake) – EUA, 2007
Ainda que parta de uma premissa interessante, a idéia central não tem importância qualquer para a narrativa, soando totalmente descartável. O diretor Joby Harold até tenta achar uma função para ela, mas cria momentos ainda mais dispensáveis com o protagonista em uma espécie de limbo. Para piorar, Hayden Christensen e Jessica Alba são atores fracos, que não conseguem carregar o filme.
5) Jumper – EUA, 2008
Mais uma idéia promissora jogada pelo ralo. Jumper até inicia de forma bacana, com o protagonista aproveitando os poderes, mas se perde à medida que ele começa a ser perseguido por uma entidade ridícula. Como se não bastasse, Hayden Christensen novamente demonstra falta de talento, e sua química com Rachel Bilson é nula. A tentativa de criar uma série de sucesso ficou longe de dar certo.
4) Max Payne – EUA, 2008
Mesmo que o visual seja muito bem acabado, a história de Max Payne é um equívoco total, com personagens tomando atitudes sem sentido e um excesso de clichês que incomoda – inclusive aquele no qual o vilão conta todo o plano para o mocinho antes de falhar em matá-lo. Não há identificação entre personagens e platéia e a emoção é nula, além de subtramas completamente desnecessárias.
3) Fim dos Tempos (The Happening) – EUA, 2008
Se a carreira de M. Night Shyamalan já vinha em declínio, atingiu o fundo do poço com Fim dos Tempos. Uma história que beira o risível, com um final absurdamente ridículo, pontuado por cenas vergonhosas como a de Mark Wahlberg falando com uma planta. Os personagens são inconstantes e o clima de tensão é inexistente. Shyamalan só se salva por alguns momentos bem dirigidos, mas é pouco diante desse filme caótico e sem sentido.
2) Missão Babilônia (Babylon A.D.) – EUA/França, 2008
O que dizer de um filme que o próprio diretor rejeitou? O que ainda começa como uma ficção-científica promissora vai se tornando uma verdadeira bagunça sem qualquer lógica. Personagens sem personalidade, trama confusa e atuações vergonhosas tornam a experiência de assistir Missão Babilônia algo insuportável, culminando nos vinte minutos finais mais sem sentido do cinema em 2008.
1) Alien vs. Predador 2 – EUA, 2007
Não há muito o que dizer de Alien vs. Predador 2, porque isso não pode ser considerado um filme. O roteiro é inexistente e as cenas de ação incompreensíveis, realizadas no escuro e sem qualquer lógica. Soma-se a isso centenas de mortes de personagens sem graça, pelas quais agradecemos por não mais precisar ouvir os diálogos risíveis. Para piorar, joga toda a mitologia de ambas as séries no lixo.
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Menções Desonrosas – Filmes que quase entraram na lista dos piores
O Som do Coração (August Rush) – EUA, 2007
Ensinando a Viver (The Martian Child) – EUA, 2007
Elizabeth: A Era de Ouro (Elizabeth: The Golden Age) – Alemanha/França/Reino Unido, 2007
O Olho do Mal (The Eye) – EUA, 2008
Um Amor de Tesouro (Fool’s Gold) – EUA, 2008
Jogos de Amor em Las Vegas (What Happens in Vegas) – EUA, 2008
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Melhor Diretor
1) Paul Thomas Anderson (Sangue Negro)
2) Christopher Nolan (Batman – O Cavaleiro das Trevas)
3) John Carney (Apenas Uma Vez)
4) Andrew Stanton (Wall-E)
5) Joel e Ethan Coen (Onde os Fracos Não Têm Vez)
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Pior Diretor
1) Colin Strause e Greg Strause (Alien vs. Predador 2)
2) John Moore (Max Payne)
3) Kristen Sheridan (Som do Coração)
4) Mathieu Kassovitz (Missão Babilônia)
5) Doug Liman (Jumper)
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Melhor Ator
1) Daniel Day-Lewis (Sangue Negro)
2) Heath Ledger (Batman – O Cavaleiro das Trevas)
3) Javier Bardem (Onde os Fracos Não Têm Vez)
4) Robert Downey Jr. (Trovão Tropical)
5) Emile Hirsch (Na Natureza Selvagem)
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Pior Ator
1) Mark Wahlberg (Fim dos Tempos)
2) Hayden Christensen (Jumper)
3) Steven Strait (10.000 a.C.)
4) Steven Pasquale (Alien vs Predador 2)
5) Vin Diesel (Missão Babilônia)
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Melhor Atriz
1) Catherine Keener (Na Natureza Selvagem)
2) Belén Rueda (O Orfanato)
3) Manuela Velasco ([REC])
4) Ellen Page (Juno)
5) Penélope Cruz (Vicky Cristina Barcelona)
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Pior Atriz
1) Jessica Alba (Awake – A Vida por um Fio)
2) Jessica Alba (O Olho do Mal)
3) Maria Bello (A Múmia: Tumba do Dragão Imperador)
4) Reyko Aylesworth (Alien vs. Predador 2)
5) Keri Russell (O Som do Coração)
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Melhor Roteiro
1) Paul Thomas Anderson (Sangue Negro)
2) Joel e Ethan Cohen (Onde os Fracos Não Têm Vez)
3) Sergio G. Sánchez (O Orfanato)
4) Christopher Nolan, Jonathan Nolan e David Goyer (Batman – O Cavaleiro das Trevas)
5) Diablo Cody (Juno)
6) Christopher Hampton (Desejo e Reparação)
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Pior Roteiro
1) M. Night Shyamalan (Fim dos Tempos)
2) Shane Salerno (Alien vs. Predador 2)
3) Mathieu Kassovitz, Joseph Simas e Eric Besnard (Missão Babilônia)
4) Shawn Ryan e Beau Thorne (Max Payne)
5) Roland Emmerich e Harald Kloser (10.000 a.C.)
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Melhor Cena
1) Coringa explodindo o hospital (Batman – O Cavaleiro das Trevas)
2) Wall-E e Eve se reencontrando ao final (Wall-E)
3) Esconde-esconde (O Orfanato)
4) Personagens no apartamento do último andar ([REC])
5) Plano-seqüência com as tropas na praia (Desejo e Reparação)
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Melhor Final
1) O Nevoeiro (The Mist) – EUA, 2007
2) O Orfanato
3) Apenas Uma Vez
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Pior Final
1) Indiana Jones e o Reino da Caveira de Cristal (Indiana Jones and the Kingdom of the Crystall Skull) – EUA, 2008
2) Fim dos Tempos
3) Missão Babilônia
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Troféu “Só Eu Gostei?”
Speed Racer – EUA, 2008
Divertido, empolgante e criativo, o novo filme dos Wachowski é tudo aquilo que se espera de um filme-pipoca. Tudo bem que o visual é exagerado, mas não cansa em momento algum, até porque a história dos personagens é interessante o suficiente – apesar de óbvia. Cada segundo exala a absurda originalidade dos cineastas e as cenas mais movimentadas deixam o espectador grudado na cadeira. Merece outra chance.
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Troféu “Não É Pra Tanto”
Antes de Partir (The Bucket List) – EUA, 2008
Tire Jack Nicholson e Morgan Freeman de cena e nada mais resta a Antes de Partir. Este filme adorado por boa parte do público é uma imensa decepção, com um roteiro que não se decide entre a comédia e o drama. Para piorar, as viagens dos protagonistas são mal aproveitadas e as piadas se repetem sem o menor pudor. Vale somente pela dupla de astros e nada mais.
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Troféu “Esperei Tanto pra Isso?”
Indiana Jones e o Reino da Caveira de Cristal
A aguardada nova aventura do arqueólogo mais famoso no cinema não chega a ser um filme ruim, mas é, sem dúvida, decepcionante. A magia presente na trilogia original surge apenas em momentos escassos, que fazem valer a pena uma assistida. Mas Spielberg e Lucas exageraram nos absurdos, como o personagem de Shia Labeouf dando uma de Tarzan ou formigas brincando de pirâmide. Sem contar o incompreensível final, que joga o pouco que tinha dado certo por água abaixo.
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Troféu “Melhor que a Encomenda”
Homem de Ferro (Iron Man) – EUA, 2008
O trabalho de Jon Favreau possui diversas qualidades que fizeram de Homem de Ferro mais do que um simples filme de super-heróis. A principal delas é que o diretor tornou a história crível, muito graças ao desenvolvimento do protagonista e à performance de Robert Downey Jr. A produção desliza de vez em quando nos clichês do gênero, mas é uma obra com muito a oferecer e uma boa partida para a série.
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Troféu “Bem-Vindo de Volta”
Guy Ritchie, por Rocknrolla – A Grande Roubada (Rocknrolla) - Inglaterra, 2008
Depois de duas bombas monumentais (Destino Insólito e Revólver), Ritchie voltou à forma que o consagrou com essa divertida e engenhosa história aos moldes de seus primeiros filmes, Jogos, Trapaças e Dois Canos Fumegantes e Snatch. Ainda que não esteja no nível destes, Rocknrolla possui bons personagens, diálogos e um enredo bem amarrado, além das brincadeiras visuais de Ritchie. Mostrou que dá pra voltar a confiar no trabalho do cara.
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Troféu “Me Empresta um Lenço?”
Marley e Eu
Baseado no livro de sucesso, Marley e Eu é uma ótima surpresa de final de ano. Ao invés de tornar o cão o principal apelo do filme, o diretor Scott Frankel prefere contar a história da família dos donos e seus problemas, posicionando Marley como apenas mais um deles. A abordagem gera identificação entre personagens e platéia e culmina no mar de lágrimas ao final. Não é original e tem seus clichês, mas é honesto e realmente emocionante.
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Troféu “Musa do Ano”
Isla Fisher, em Três Vezes Amor (Definitely, Maybe) - EUA, 2007
O filme pode ser uma comédia romântica sem grandes novidades, mas é difícil não ficar fascinado com a presença de Isla Fisher. A atriz, que surgiu com destaque em Penetras Bons de Bico, está apaixonante no papel de uma das namoradas do protagonista. Linda, carismática e talentosa, Fisher possui incrível presença em cena e é por ela que o espectador torce no final. Sem dúvida, uma estrela que está nascendo.
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Troféu “Valeu Pela Tentativa”
Não Estou Lá (I’m Not There) – EUA, 2007
Diante da mesmice que se tornaram as cinebiografias recentes, é bom ver uma abordagem original como a do diretor Todd Haynes para a vida de Bob Dylan. Ao contar a história do músico através de histórias e intérpretes diferentes, o cineasta construiu um filme interessante e bastante criativo. A produção, porém, é bastante arrastada e por vezes fica difícil de acompanham, mas Haynes merece elogios pela visão e ousadia.