Viagem Literária
Apenas uma maneira de despejar em algum lugar todas aquelas palavras que teimam em continuar saindo de mim diariamente.
About Me
- Name: Silvio Pilau
- Location: Porto Alegre, RS, Brazil
Um gaúcho pacato, bem-humorado e que curte escrever algumas bobagens e algumas coisas sérias de vez em quando. Devorador voraz de livros e cinéfilo assumido. O resto não interessa, ao menos por enquanto.
Tuesday, January 31, 2006
Monday, January 30, 2006
A Casa dos Budas Ditosos
Saturday, January 28, 2006
LARANJA MECÂNICA
De Stanley Kubrick. Com Malcolm McDowell, Patrick Magee, Michael Bates e Warren Clark.
28/12/05 – Silvio Pilau
É difícil para as gerações mais novas (eu incluso) compreenderem filmes como Laranja Mecânica em sua totalidade. Isto pelo simples fato de não terem acesso ou lembranças do impacto que o lançamento de obras como a de Kubrick causaram em suas épocas. O mundo era muito diferente quando Laranja Mecânica chegou aos cinemas e, de certa forma, o próprio cinema era muito diferente. Porém, conquanto muito tenha mudado desde então, estas obras conseguem manter-se atuais ao longo dos anos, em grande parte devido às suas mensagens atemporais. É essa longevidade que caracteriza um clássico. E é por isso que Laranja Mecânica continua uma obra quase intocável, mesmo com as gerações mais novas.
Roteirizado pelo próprio Kubrick a partir da obra literária de Anthony Burgess, o filme segue a trajetória de Alex, um jovem morador de alguma cidade inglesa em um futuro próximo. Na companhia de seus amigos, ou drugues, como os chama, Alex tem o costume de praticar atos de violência, como estupro, espancamento e até assassinato por simples prazer. Porém, quando capturado pela polícia, Alex é submetido a um tratamento inovador que busca eliminar o instinto violento de criminosos como ele.
E é fascinante acompanhar a sagacidade do roteiro de Kubrick. Para mostrar como a violência não é exclusiva de Alex e seus amigos, o cineasta faz com que as mesmas vítimas do bando ajam de forma semelhante quando têm a chance. É uma espécia de círculo vicioso de violência.
Mas tão importante quanto o que Laranja Mecânica tem a dizer é a forma como Kubrick diz. Assim como toda obra do diretor, a narrativa é irrepreensível, contando com um requinte visual e um domínio da técnica cinematográfica que talvez ainda não tenha sido igualado por outro cineasta. Sabe-se que Kubrick era perfeccionista ao extremo e tal dedicação é percebida em cada instante de Laranja Mecânica.
Desde a impecável cena inicial com Alex olhando fixamente para a câmera ao final aberto a interpretações, Laranja Mecânica parece ter sido concebido com muita calma e preciosismo. A impressão que fica é a de que cada plano - e, conseqüentemente, cada gesto dos atores e objetos colocados em cena – foi exaustivamente estudado, ponderando a participação dos mínimos detalhes que aparecem na tela. Kubrick tem a capacidade de tirar o máximo de cada tomada. É a forma completando o conteúdo.
Assim, Laranja Mecânica possui seqüências brilhantemente concebidas e executadas, trazendo imagens que já se tornaram icônicas. Cenas como a de Alex no tratamento Ludovico, com os olhos arregalados, ou o espancamento ao som de Singin’ in the Rain ou Beethoven tornaram-se parte do imaginário da cultura ocidental.
A música, aliás, como é comum nas obras de Kubrick, é parte essencial de Laranja Mecânica. O cineasta é capaz de encontrar a sinergia perfeita entre imagem e som, como fica claro nas cenas comentadas no parágrafo acima. Mais do que isso, em Laranja Mecânica a música ainda faz parte da história, uma vez que o personagem é devotado a Beethoven e fica proibido de escutar o mestre após passar pelo tratamento.
Sendo Laranja Mecânica um filme mais de história e forma do que de personagens, há pouco espaço para os atores brilharem. O único que recebe devido tempo em tela para isso é Malcolm McDowell, no papel de Alex, e ele encarna a oportunidade com grande devoção. Seu Alex passa pelos mais diversos estados de espírito e o ator transita entre as diferentes mudanças com talento. Reparem na diferença entre o Alex do início do filme, o Alex da prisão e o Alex perdido, após a cena em que ele é recusado por seus pais quando volta para casa.
Polêmico (há uma cena em que o protagonista se imagina flagelando Cristo na cruz), porém divertido, Laranja Mecânica é um filme obrigatório de ser assistido. Certamente, nem todos irão gostar e menos irão entender tudo aquilo que Kubrick quis dizer com a obra. Esta, porém, é uma das grandes qualidades de Laranja Mecânica: além da técnica e da narrativa irrepreensíveis, o filme levanta muitas questões e é passível de múltiplas interpretações. Resta ao espectador tirar as suas.
Friday, January 27, 2006
Ser Feliz
Thursday, January 19, 2006
Parte da História
Thursday, January 12, 2006
Os Três Mosqueteiros
Monday, January 09, 2006
Reescrevendo a Obra-Prima
Quantas vezes já foi dito que o corpo humano é perfeito? Que é a obra-prima da natureza? Ou de Deus, para quem acredita no barbudo lá em cima? Ouso discordar. Dizer que nosso corpo é perfeito é coisa de quem se satisfaz com pouco ou com aquilo que tem. Porque o corpo humano poderia ser melhor. Muito melhor. Quer ver?
Vou começar pelo óbvio: braços. Por que apenas dois? É mais do que comum pedir um favor a alguém e ouvir como resposta: “calma, eu só tenho duas mãos”. Pois não precisava ser assim. Se o corpo humano fosse perfeito, teríamos três ou quatro braços. Imagine como facilitaria nossa vida apenas um braço a mais. Poderíamos executar tarefas com muito mais rapidez, ganhando tempo para fazer outras coisas.
E, já que comecei falando dos braços, seguimos neles. Acredito que também poderiam ser elásticos. Eu já passei por situações nas quais, bem deitado na minha cama ou atirado no sofá, tive que me levantar para alcançar determinado objeto. Poucas coisas no mundo são piores do que isso e acredito que muitos pensam da mesma forma. Em um momento de total e completa preguiça, ser retirado do ócio por não ter a devida elasticidade para buscar alguma coisa é frustrante.
Outra coisa que poderia ser diferente é o número de olhos. Custava ter um olho na parte de trás da cabeça? Uma visão 360 graus? Imaginem só: caminhar tranqüilamente na rua, sem ficar pensando sem tem uma pessoa nos seguindo. Quando alguém chamasse pelo seu nome, não seria preciso virar todo o corpo, naquele esforço monumental e exaustivo, especialmente para os adeptos da preguiça, como eu.
E continuo nos olhos. Não dá pra se satisfazer com os que a gente tem. Pois vejamos: o gato enxerga no escuro, a visão da águia tem o alcance de não sei quantos quilômetros e a mosca pode ver a cor ultravioleta. Enquanto isso, o ser humano fica com essas duas bolotas brancas que, com muita freqüência, precisam de lentes de vidro para funcionar direito. Sacanagem, não?
Acredito que já apresentei alguns bons argumentos para refutar a idéia de que o corpo humano é perfeito, mas vou seguir mais um pouco. E a questão agora é o metabolismo. Sabe-se que a velocidade do metabolismo de cada pessoa é diferente, mas por que diabos ele não segue o critério do prazer que a pessoa tem com a comida? Se o cidadão adora comer, ele deveria ser veloz. Se a pessoa só come por obrigação, ele deveria ser lento. Seria muito melhor comer sem a preocupação de engordar ou ficar muito magro.
E o apêndice? Ah, o apêndice. Ô, coisa chata. O que faz este troço nojento na nossa barriga? Não serve pra nada a não ser se inflamar e ser retirado com urgência. Por que não dois fígados ao invés deste corpo inútil dentro do organismo? Com certeza um outro fígado, ainda que menor, de reserva, seria muito melhor aproveitado do que o tal de apêndice.
Outra mudança bem-vinda seria em relação ao sono. O ideal seria haver um controle em relação a ele: quando quiséssemos dormir, dormiríamos. Nada de ficar duelando contra o abraço de Morfeu. Todos já devem ter enfrentado situações nas quais existia o desejo de ficar acordado, mas o sono venceu. Seria muito mais simples dormir quando tivéssemos tempo ou vontade. Algo como uma cota mensal de sono. Por exemplo, todo ser humano deve dormir 250 horas por mês. E aí o problema seria de cada um, sendo cada indivíduo o responsável para fechar esta carga horária.
Se o corpo humano fosse perfeito, as mulheres não ficariam sangrando por dias todos os meses, naquele processo que altera até o humor delas. Se o corpo humano fosse perfeito, os homens não sofreriam com câncer de próstata, evitando a necessidade de passar por aquele teste embaraçoso – e pavoroso – para a grande maioria.
Se o corpo humano fosse perfeito, possuiríamos guelras para respirar embaixo d’água e os cabelos, unhas e barba ficariam do modo que deixamos a última vez, eliminando a chatice de ter que cortá-los com freqüência. Se o corpo humano fosse perfeito, teríamos uma regulagem na bexiga, para mijarmos apenas quando fosse conveniente e a vontade não aparecesse no meio da projeção de um filme no cinema.
Com certeza você que está lendo este texto já pensou em algumas coisas que acha que poderiam ser melhores no corpo humano. E quem pensa que a visão de seres com três braços, um olho atrás da cabeça e guelras seria uma visão assustadora, eu digo que tudo isso é questão de costume. Se fôssemos assim desde o princípio dos tempos, seria normal. Ou você acha que alienígenas achariam Angelina Jolie bonita? Para eles, ela seria uma aberração.
Se bem que, agora, pensando em Angelina Jolie, retiro tudo o que escrevi. O corpo humano é perfeito, sim. Alguns, pelo menos.
Thursday, January 05, 2006
BALANÇO 2005
Como já é tradição em final de ano velho/início de ano novo, aqui está a minha lista dos melhores e piores filmes que chegaram ao Brasil em 2005. Dessa vez, vou cortar todo o papinho que eu fazia antes da lista, por dois motivos: primeiro, por falta de tempo mesmo; segundo, porque eu perdi uns dois meses de filmes por causa da monografia. Então, essa lista está longe de ser completa. Alguns filmes que, pelos comentários, certamente entrariam em algumas dessas listas (Crash, O Jardineiro Fiel, Marcas da Violência) acabaram ficando de fora pelo simples fato de eu não ter assistido a estas produções. Lembrando, mais uma vez, que aqui só estão compilados os filmes que eu assisti que chegaram ao Brasil este ano. Eis a lista:
PIORES FILMES DO ANO (o número 10 é o 10o pior, o 9 é o 9o pior e assim por diante, até o número 1, que é o pior de todos)
10) Reencarnação (Birth) – EUA
Pior do que um filme ruim, só um filme ruim que tenta passar por obra-prima. É o caso desta porcaria. O diretor Jonathan Glazer busca dar um significado que não existe a todas as cenas, fazendo uma obra vazia e pretensiosa. De bom, só a presença de Nicole Kidman, sempre ótima.
9) Refém (Hostage) – EUA
Poderia ser um enlatado de ação suportável, mas Refém se perde na tentativa de ser algo mais. A construção do personagem de Bruce Willis é lamentável, com um trauma que só enrola a trama. Cenas de ação sem graça e um roteiro idiota que nem o carisma de Willis consegue salvar.
8) O Massacre da Serra Elétrica (The Texas Chainsaw Massacre) – EUA
Esta refilmagem de um clássico de terror dos anos 70 não chega nem aos pés do original. Todo o clima angustiante que existia na obra anterior se perdeu nesta versão, que prefere colocar Jessica Biel fugindo durante quase toda a projeção. Até a família bizarra de Leatherface perdeu sua bizarrice. No final, gritaria e correria sem a menor tensão.
7) Vozes do Além (White Noise) – EUA
Um filme que parte de um princípio interessante, mas que pouco a pouco vai se desmoronando até o final inacreditável de tão ruim. Michael Keaton atinge o fundo do poço em sua carreira neste terror/drama/nada que insulta a inteligência do espectador.
6) A Sogra (Monster In-Law) – EUA
Jennifer Lopez continuar insistindo em ser atriz é algo que não entra na minha cabeça. Ela parece pior a cada filme e A Sogra é o mais recente exemplo disso. Uma comédia sem a menor graça e com cenas constrangedoras para os atores, especialmente Jane Fonda, que merecia um veículo melhor para o seu retorno às telas.
5) Elektra – EUA
Tenho uma simpatia por Jennifer Garner. Apesar de ela nada ter feito de bom no cinema, acredito que ela seja uma boa atriz. Mas Elektra ainda não foi o filme que fez a bela estourar. E com justiça. A produção é lamentável, com uma história que não faz o menor sentido e cenas de ação de fazer bocejar. Para piorar, há a tentativa em realizar um drama na relação entre Elektra e a garotinha, algo que, como era de se esperar, chega quase ao ponto do risível de tão mal conduzido.
4) O Chamado 2 (The Ring 2) – EUA
Continuação que em nada lembra o assustador filme original. Na verdade, pouco tem de continuação, uma vez que a história é completamente distorcida em relação à primeira obra. Naomi Watts faz o que pode, mas O Chamado 2 não causa medo, não prende a atenção e não faz o menor sentido.
3) Operação Babá (The Pacifier) – EUA
Além de copiar descaradamente o conceito de Um Tira no Jardim de Infância, este filme não consegue se sustentar com suas próprias pernas. Vin Diesel tem carisma, sim, mas revela não possuir timing para a comédia. É uma comédia que não faz rir em nenhum momento e isso basta para colocar Operação Babá nesta lista.
2) Blade: Trinity – EUA
É surpresa para mim colocar o terceiro capítulo da série Blade nesta lista. Gosto dos dois primeiros, especialmente do segundo, mas Blade: Trinity é intragável. Toda a aura, digamos “cool” que envolvia o personagem foi dissipada, restando um filme sem personalidade alguma e, pior, totalmente sem graça. Um pena a trilogia Blade encerrar dessa forma.
1) O Grito (The Grudge) – EUA
Estreou no início do ano esta refilmagem de um filme japonês de terror, mas conseguiu se manter no topo da lista dos piores até o final. O Grito não é nada, não tem história, não tem sustos, não tem tensão, não tem sentido. É uma coletânea de sustos baratos sem a menor coesão. Uma bagunça que merece a honra da liderança nessa lista.
Menções Honrosas
Meu Vizinho Mafioso 2 (The Whole Ten Yards) - EUA
O Vôo da Fênix (The Flight of the Phoenix) - EUA
Amigo Oculto (Hide and Seek) - EUA
O Casamento de Romeu e Julieta - Brasil
Be Cool – O Outro Nome do Jogo (Be Cool) - EUA
Sahara - EUA
Cruzada (Kingdom of Heaven) - EUA
Guia do Mochileiro das Galáxias (The Hitchhiker’s Guide to the Galaxy) - EUA
MELHORES FILMES DO ANO (o número 10 é o 10o melhor, o número 9 é o 9o melhor e assim por diante, até o número 1, que é o melhor filme do ano)
10) Vozes Inocentes (Voces Inocentes) – México/EUA/Porto Rico
Uma belíssima e pouco assistida produção, Vozes Inocentes conta uma história com forte mensagem social sem jamais esquecer dos personagens. Mostrando a guerra através dos olhos de uma criança (o excelente Carlos Padilla), o diretor Luis Mandoki encontra o equilíbrio certo entre a emoção e a angústia, revelando ainda um pedaço da História pouco conhecida. Uma pérola a ser descoberta.
9) O Aviador (The Aviator) – EUA
O Aviador marca o retorno de Martin Scorsese ao rol dos grandes cineastas após alguns anos de trabalhos irregulares. Com uma suntuosidade insuspeitada para o diretor, o filme retrata brilhantemente a personalidade de Howard Hughes, em uma narrativa impecável pontuada por cenas inesquecíveis.
8) Em Busca da Terra do Nunca (Finding Neverland) – EUA
É simplesmente o filme que mais me fez chorar no cinema nos últimos anos. Simples assim. E isso graças a uma belíssima e inspiradora história, contada com sensibilidade exacerbada pelo diretor Marc Foster. Johnny Depp está perfeito no papel principal e sua dinâmica com o garotinho Freddie Highmore é brilhante. A meia hora final é de deixar a cara inchada de qualquer pessoa com um coração.
7) A Queda – As Últimas Horas de Hitler (Der Untergang) – Alemanha/Itália/Áustria
Contundente produção sobre os momentos finais do nazismo e de seu maior líder, A Queda hipnotiza o espectador em quase duas horas e meia de projeção, especialmente graças à interpretação sobrenatural de Bruno Ganz no papel principal. O desespero e a insanidade de Hitler são capturados de forma magistral pelo diretor Oliver Hirschbiegel, que ainda aproveita o clima claustrofóbico do bunker para criar cenas de forte impacto.
6) Star Wars: Episódio III – A Vingança dos Sith (Star Wars: Episode III – The Revenge of the Sith) – EUA
Finalmente os fãs não puderam reclamar. O último capítulo recuperou toda a magia da maior saga do Cinema, em uma produção de encher os olhos. Lucas acertou ao deixar de lado o clima juvenil das duas obras anteriores e fez de A Vingança dos Sith uma tragédia sombria e empolgante. Apesar de uma ou outra pieguice, o roteiro encaixou e as cenas de ação funcionaram. Um verdadeiro presente para os fãs.
5) Closer – Perto Demais (Closer) – EUA
Closer é uma análise devastadora das relações amorosas. Com uma crueza impressionante, o diretor Mike Nichols constrói uma teia entre dois casais cujos integrantes não hesitam em machucar uns aos outros quando decepcionados. Atuações exemplares, roteiro impecável e direção segura fazem de Closer um dos melhores e mais surpreendentes filmes do ano.
4) Hotel Ruanda (Hotel Rwanda) – EUA/Inglaterra/Itália/África do Sul
Incrivelmente poderoso, Hotel Ruanda é capaz de assombrar o espectador por um bom tempo após o término da sessão. Baseado em uma história real, a história de Paul Rusesabagina (interpretado de forma fabulosa por Don Cheadle) é inspiradora, sem jamais apelar para soluções fáceis e momentos melodramáticos. Méritos do diretor Terry George, que consegue chocar e emocionar em doses corretas, além de realizar uma crítica à comunidade internacional.
3) Maria Cheia de Graça (Maria Full of Grace) – Colômbia/EUA
O que mais impressiona Maria Cheia de Graça é a segurança com que o diretor Joshua Marston conta sua história. Sem excessos, clichês ou qualquer apelo excessivamente dramático, o filme é um retrato realista e emocionante da vida de uma personagem baseada em diversas histórias semelhantes. A construção da protagonista é cuidadosa, resultando em uma das personagens mais tridimensionais do ano graças à brilhante atuação de Catalina Sandino Moreno. Impactante e real.
2) Antes do Pôr-do-Sol (Before Sunset) – EUA
O filme mais mágico do ano. O trio Richard Linklater, Ethan Hawke e Julie Deply acertaram novamente na continuação de Antes do Amanhecer. Baseado quase que unicamente em diálogos entre os dois protagonistas, Antes do Pôr-do-Sol atinge níveis poucas vezes igualados de sensibilidade e inteligência. Os personagens são reais e a relação é palpável – sente-se a paixão crescendo entre os dois. Um filme simples, singelo e extremamente recompensador.
1) Sin City – A Cidade do Pecado (Sin City) - EUA
O melhor filme do ano é completamente diferente do segundo colocado, mas tão imperdível e espetacular quanto. A adaptação da HQ é um projeto visionário de Robert Rodrigues, que transpôs para as telas o mesmo visual e tom do trabalho gráfico de Frank Miller. O resultado é um filme esteticamente arrebatador, que enche os olhos a cada segundo. Mais do que isso, porém, Sin City tem com um roteiro brilhante, oferecendo diálogos impecáveis e personagens inesquecíveis, com atuações inspiradas de todo o elenco. Uma obra-prima em todos os sentidos: violenta, sanguinária e deliciosa de assistir.
Menções Honrosas
Clã das Adagas Voadoras (Shi mian mai fu) – China/Hong Kong
A Intérprete (The Interpreter) - EUA
Hora de Voltar (Garden State) - EUA
King Kong - EUA
Batman Begins - EUA
Mar Adentro – Espanha/França/Itália
2 Filhos de Francisco - Brasil
Casa de Areia e Névoa (House of Sand and Fog) - EUA
Sideways – Entre Umas e Outras (Sideways) - EUA
Menina de Ouro (Million Dollar Baby) - EUA
Herói (Ying Xiong) – China/Hong Kong
PIOR ATRIZ
1) Téa Leoni (Espanglês)
2) Sarah Michelle Gellar (O Grito)
3) Jennifer Lopez (A Sogra)
MELHOR ATRIZ
1) Julie Delpy (Antes do Pôr-do-Sol)
2) Catalina Sandino Moreno (Maria Cheia de Graça)
3) Hillary Swank (Menina de Ouro)
PIOR ATOR
1) Cary Elwes (Jogos Mortais)
2) Michael Keaton (Vozes do Além)
3) Orlando Bloom (Cruzada)
MELHOR ATOR
1) Jamie Foxx (Ray)
2) Don Cheadle (Hotel Ruanda)
3) Bruno Ganz (A Queda)
4) Johnny Depp (A Fantástica Fábrica de Chocolates)
MELHOR DIRETOR
1) Richard Linklater (Antes do Pôr-do-Sol)
2) Robert Rodriguez (Sin City)
3) Joshua Marston (Maria Cheia de Graça)
4) Martin Scorsese (O Aviador)
5) Peter Jackson (King Kong)
MELHOR CENA
1) Anakin Skywalker colocando a máscara de Darth Vader (Star Wars: Episódio III – A Vingança dos Sith)
2) Kong vs. T-Rex (King Kong)
3) Magda Goebbels envenenando os filhos (A Queda – As Últimas Horas de Hitler)
4) Natalie Portman caminhando ao som de The Blower’s Daughter (Closer – Perto Demais)
5) Viagem de avião para os EUA (Maria Cheia de Graça)
6) Paul Rusesabagina deixando colocando a família no caminhão da ONU (Hotel Ruanda)
7) Jantar com marido e mulher desconfiando um do outro (Sr. e sra. Smith)